terça-feira, 30 de setembro de 2008


Há momentos na vida em que se deveria calar

e deixar que o silêncio falasse ao coração,

pois há sentimentos que a linguagem não expressa

e há emoções que as palavras não sabem traduzir.


(Encandescente)
Eu sabia que me encontrarias
Sempre te chamei
Acendi um farol no peito
E sabia que te guiaria.
E quando me encontraste
Calei a voz
Apaguei a luz
Porque em silêncio
E no escuro te amo
E no escuro e calada
Te guardo dentro de mim.

(Encandescente)
Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém,
Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim,
E ter paciência para que a vida faça o resto...
(Paulo Coelho)
Creio que foi o sorriso, sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz,
Lá dentro, apetecia entrar nele, tirar a roupa,
Ficar nú dentro desse sorriso,
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.

(Eugênio de Andrade)
As Borboletas

Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas

Borboletas brancas
São alegres e francas.

Borboletas azuis
Gostam muito de luz.

As amarelinhas
São tão bonitinhas!

E as pretas, então...
Oh, que escuridão!

(Vinicius de Moraes)
Não foram as tuas mãos
que tocaram a minha pele,
descobrindo a maciez
das minhas curvas,
nem foram teus dedos
que alcançaram meus relevos,
percorrendo o mapa
vivo do meu corpo...
Mas tu me descobriste
no primeiro instante,
revelando mistérios
sob a roupa,
e roubaste, sem roubar,
todos os beijos
que eu guardava febris
na minha boca...
Lembro-me bem!
No palco dos teus olhos,
eu desfilei
despida,
branca,
nua...
E desde então,
no céu da minha vida,
o teu olhar me diz...
que ainda sou tua..

(Meliss)

BOM DIA !!!

segunda-feira, 29 de setembro de 2008


Falar do Brasil sem ouvir o sertão
É como estar cego em pleno clarão
Olhar o Brasil e não ver o sertão
É como negar o queijo com a faca na mão

Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão

Agradeça a Clemente
Que leva a semente
Em seu embornal
Zezé e o penoso balé
De pisar no cacau
Maria que amanhece o dia
Lá no milharal
Joana que ama na cama do canavial
João que carrega
A esperança em seu caminhão
Pra capital

Lembrar do Brasil sem pensar no sertão
É como negar o alicerce de uma construção
Amar o Brasil sem louvar o sertão
É dar o tiro no escuro
Errar no futuro
Da nossa nação

Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão

Agradeça a Tião
Que conduz a boiada do pasto ao brotão
Quitéria que colhe miséria
Quando não chove no chão
Pereira que grita na feira
O valor do pregão

Zé coco, viola, rabeca, folia e canção
Zé coco, viola, rabeca, folia e canção

Amar o Brasil é fazer
Do sertão a capital...

(Do Brasil - Vander Lee)
Vi o meu sentido confundido, iluminado
Vi o sol enluarar, quando viu você
Vi a tarde inteira, a Sexta-feira, o feriado
Esperando o amor chegar e trazer você
Você chegou querendo

Tudo que o tempo não te deu
E que levou de você;
Sem saber que você já sou eu
Agora não entendo
O meu relógio o amor tirou
Mas sei que o meu coração
Tá batendo mais forte
Porque você chegou

(Iluminado - Vander Lee)

domingo, 28 de setembro de 2008

O amor cabe num aquário, num cubo
mas será sempre maior que os oceanos
Sem tempo preciso, só precisa um segundo
Ampulheta eterna, agenda de mil planos

Cabe num aro anel, em alianças de sonho
Em corações traçados, num sorriso inesperado
Num tolo bordado em toalhas de banho
Num frasco da memória, perfume guardado

Encaixa-se numa pequena pétala de flor
Se faz pleno numa única palavra sugerida
Por não saber seu tamanho, o amor
Vai além do tempo e da própria vida

Controverso sentido, pequenino e imenso
Amedronta e, ainda assim, nos faz seguros
Senhor do mundo, afronta e cabe num verso
Cativo de si e detento, roga lindos agouros

Não há quem possa, portanto, lhe definir o tamanho
Ninguém lhe sabe o alcance, tampouco a sua verdade
Em todas as meninas dos olhos - está esse estranho
Brincando de ser universo - e sabendo-se eternidade

(Paulo Moreira)
Faz tanto tempo que você não vem...
Passou o inverno
E meus frios e medos
Passou meus sonhos contigo
O céu tem se escondido
Atrás das nuvens da saudade
Nada mais vivi
Nessa longa espera
Já é primavera
E continuo me
Despedaçando...
Tu vais andando
Nessa paz
Roubada de mim.

(Cáh Morandi)
Doçura
é a maestria dos sentidos.
Olhos que vêem
o fundo das coisas...
Ouvidos que escutam
o coração das coisas...
Boca que fala
a essência das coisas...
Doçura é o resultado
de uma longa jornada interior
ao âmago da vida
e a habilidade de lá
descansar e assistir.
O que érealmente doce
nunca pode ser
vítima do tempo...
Porque doçura
é a qualidade da pessoa
cuja vida
tocou a eternidade.

(Brahma Kumaris)
O caminho muitas vezes é áspero,
machuca os pés...
Outras,
o que fica machucado é o coração...

Quantas vezes cedemos à desesperança,
perdemos o Norte... quantas!
Há que seguir, sempre em frente...

E assim como o relógio cumpre as horas,
cumprimos finalidades
para as quais fomos predestinados...

Há que descobrir... há que entender...
Há que resistir... há que percorrer...

O caminho é a Vida...
...e Viver, é caminhar !

(Sylvia Cohin)

sábado, 27 de setembro de 2008

Nunca soube o que fazer
com os espaços que ficam
depois que alguém vai embora
uma dúvida insiste
e de tanto, o meu tentar desiste
de trocar a ausência
por qualquer coisa que fira menos:
nada para repor
nada para suprir
nada que realmente comportasse
o encanto de algo que ficou
para trás.

(Cáh Morandi)
Quando se é planta, quando se é verde,
pega-se um grão, pequena semente
e deixa numa parte que se supunha
ser da gente, só para ver se germina
depois se cruza as mãos
e põe toda a fé para chover
só para ver se a gente cresce
quem sabe floresce
dentro daquele coração
de repente somos flores,
de repente somos árvores,
de repente somos grama,
de repente ficamos grãos,
mas isso não é motivo de
tristeza ou de frustração
nem todo coração
suporta o nascer de
uma primavera

(Cáh Morandi)
Se achar que precisa voltar
VOLTE!
Se perceber que precisa seguir
SIGA!
Se estiver tudo errado
COMECE NOVAMENTE!
Se estiver tudo certo
CONTINUE!
Se sentir saudade
MATE-A!
Se perder um amor
NÃO SE PERCA!
Se achá-lo
SEGURE-O!

(Fernando Pessoa)
Talvez nunca a ternura fosse tanta
como entre os montes amadurecidos
e quando as casas se elevam
entre o ouro e o fumo da tarde.
Silêncio que parece vir do lento passado,
vozes que se dão em resignada melancolia
e tomam a forma dos frutos,
vinho e sombra que apagam o mar as árvores
onde não tardará o abandono,
memória do que somos.
Repousam sobre a noite os grous
enquanto as cidades crescem à nossa volta
contra o sul vencido.
Vento, ramo e sombra que caem
sobre as janelas ardentes:
lá onde a púrpura se reclina
sobre a água e a beleza
a verdade começa a surgir da espuma.

(Poema de Henrique Dória)
Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.

O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nossos membros lassos
A leve rapidez dos animais.

Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.

(Sophia de Mello Breyner Andersen)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008


Ouvi dizer que são milagres
Noites com sol
Mas hoje eu sei não são miragens
Noites com sol
Posso entender o que diz a rosa
Ao rouxinol
Peço um amor que me conceda
Noites com sol

Onde só tem o breu
Vem me trazer o sol
Vem me trazer amor
Pode abrir a janela
Noites com sol e neblina
Deixa rolar nas retinas
Deixa entrar o sol

Livre será se não te prendem
Constelações
Então verás que não se vendem
Ilusões
Vem que eu estou tão só
Vamos fazer amor
Vem me trazer o sol
Vem me livrar do abandono
Meu coração não tem dono
Vem me aquecer nesse outono
Deixa o sol entrar

Pode abrir a janela
Noites com sol são mais belas
Certas canções são eternas
Deixa o sol entrar

(Flávio Venturini)
Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube que ias comigo,
até que as tuas raízes atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.

(Pablo Neruda)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio...
Ou flecha de cravos que atiram chamas.
Te amo como se amam certas coisas escuras...
Secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce
E leva dentro de si, oculta, a luz daquelas flores.
Te amo sem saber como, nem quando, nem de onde.
Te amo simplesmente...sem complicações, nem orgulho:
Assim te amo, porque não sei amar de outra maneira
Senão assim deste modo em que não sou, nem és.
Tão profundamente que a tua mão sobre o meu peito é a minha mão.
Tão profundamente que quando fechas os olhos, eu contigo sonho.

(Pablo Neruda )
Além da Terra, além do Céu,
no trampolim do sem-fim das estrelas,
no rastro dos astros,
na magnólia das nebulosas.
Além, muito além do sistema solar,
até onde alcançam o pensamento e o coração,
vamos!
vamos conjugar
o verbo fundamental essencial,
o verbo transcendente, acima das gramáticas e do medo
e da moeda e da política,
o verbo sempreamar,
o verbo pluriamar,
razão de ser e de viver.

(ALÉM DA TERRA, ALÉM DO CÉU - Carlos Drummond de Andrade)
Ora direis ouvir as flores.
Ora direis sentir as cores,
Borbulhantes belezas,
Recriando as certezas,
De que as flores são obras,
Nascentes de nossas sobras.
Dos anos que se perderam,
Dos ramos que se racharam,
Dos passos que aqui passaram,
Das vidas que se amaram,
Do canto, da juventude,
Da prece e da virtude.

Ora direis ouvir as flores.
Ora direis sentir amores,
Em ventos de primavera,
Em sonhos de nova era,
Na chuva, na noite fria
No viajar que seria
O amigo na solidão,
Trazendo afagos na mão.
Na nuvem branca que passa,
No velho banco da praça
Que sempre serviu de braço
Ao apoiar teu cansaço.

Ora direis ouvir as flores.
Ora direis sentir os odores,
Por toda a natureza,
Por toda essa certeza,
Serei cantor deste verso.

(Paulo Rogério Della)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Por muito e tanto e por infinitas razões
que por um olhar apenas dá para decifrar,
nós somos mistério indesvendável
aos olhos sem brilho e aos homens sem magia.
Somos algo como um veneno
que não mata mas enfeitiça,
prende, permanece, eterniza.
Somos puro encanto
envolvido na mais pura certeza
de que não há nada no mundo
que valha você e eu.
Somos nós que não desatam
tão seguros e integrados,
que não somos dois nós:
somos nós um.

(Nina Victor)

quinta-feira, 18 de setembro de 2008


Se você não se distrai
O amor não chega
A sua música não toca
O acaso vira espera e sufoca
A alegria vira ansiedade
E quebra o encanto doce
De te surpreender de verdade
Se você não se distrai
A estrela não cai
O elevador não chega
E as horas não passam
O dia não nasce
A lua não cresce
A paixão vira peste
O abraço armadilha
Se você não se distrai
Não descobre uma nova trilha
Não dá um passeio
Não ri de você mesmo
A vida fica mais dura
O tempo passa doendo
E qualquer trovão mete medo
Se você está sempre temendo
a fúria da tempestade
Hoje eu vou brincar
De ser criança
E nessa dança quero encontrar você
Distraído, querido
Perdido em muitos sorrisos
Sem nenhuma razão de ser
Olhando o céu
Chutando lata
E assoviando Beatles na praça
Olhando o céu
Chutando lata
Hoje eu quero encontrar você distraido...

(Zélia Duncan e Christiaan Oyens)
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo
qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho
questionador e tonalidade
inquietante.

A mim não interessam os bons
de espírito nem os maus de
hábitos. Fico com aqueles que
fazem de mim louco e santo.

Deles não quero resposta,
quero meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior
em mim. Para isso, só sendo louco.

Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam
perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.

Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.

Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de
aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não
quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra
metade velhice!

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos,
para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou.

Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e

estéril.


(Oscar Wilde)

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Há essa parte de mim
que não é meio-tom.
Essa parte que tem pressa,
que é mar embriagante,
que é fogo incandescente,
quando descortina a noite...
que nela nada teme,
que dela se apodera,
devorando sentimentos
com ferocidade nas palavras,
violando qualquer regra
de forma passional.
Há essa parte de mim
que é ser incontrolável,
que é alma incapturável.

(Parte de Mim - Rita Costa)
Por sobre os mares vem plasmando
com as águas translúcidas
aquele Sol que por várias noites esperei.
Ele saiu da terra do esquecimento
e tornou-se a presença inquestionável
que faz agora meu bobo coração acreditar
em sonhos dourados, pintados por dedos infantis.
Ele surgiu e aqueceu minh'alma.
Agora canto, vibro e imploro:
Não deixe que eu te deixe.
Fica comigo sempre.

(Narciso Anídrico)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Não sei... se a vida
é curta...
Não sei...
Não sei...
se a vida é curta
ou longa demais
para nós.
Mas sei que nada do que vivemos
tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
colo que acolhe,
braço que envolve,
palavra que conforta,
silêncio que respeita,
alegria que contagia,
lágrima que corre,
olhar que sacia,
amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo:
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
não seja nem curta,
nem longa demais,
mas que seja intensa,
verdadeira e pura...
enquanto durar.

(Cora Coralina)

PARA QUEM NÃO CONHECE A HISTÓRIA DE "FLOR DE LIS"


"Djavan, o conhecido compositor e cantor, teve uma mulher chamada Maria.

Os dois teriam uma filha, que se chamaria Margarida, mas Maria teve problemas no parto e ele teve de optar por ela ou por sua filha. Perdeu as duas, por obra do destino.

Agora, sim, é possível entender a letra dessa música, algo, em parte, incompreensível sem que se saiba disso. E perceber o pensamento e a criação de Djavan, transformando a dor em arte. Flor de Lis "


Valei-me, Deus!
É o fim do nosso amor
Perdoa, por favor
Eu sei que o erro aconteceu
Mas não sei o que fez
Tudo mudar de vez
Onde foi que eu errei?
Eu só sei que amei,
Que amei, que amei, que amei
Será talvez
Que minha ilusão
Foi dar meu coração
Com toda força
Pra essa moça
Me fazer feliz
E o destino não quis
Me ver como raiz
De uma flor de lis
E foi assim que eu vi
Nosso amor na poeira,
Poeira
Morto na beleza fria de Maria
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem Margarida nasceu.
E o meu jardim da vida
Ressecou, morreu
Do pé que brotou Maria
Nem Margarida nasceu.


"Aproveite cada momento da sua vida ao máximo, passe o maior tempo possível com as pessoas que você ama; torne estes momentos inesquecíveis. Aproveite a sua vida! Problemas, teremos, podem ter certeza! A diferença é saber que um dia todos eles, mais cedo ou mais tarde, vão se resolver, e, provavelmente, daí surgirão outros. Não podemos ficar esperando a ausência de problemas para sermos felizes! A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego... de tanto rir, de surpresa, de amor, de êxtase ...., de felicidade."
Vida é deixar-se envolver.
É entregar-se ao momento, à sensação, ao sentimento.
Vida é abandonar-se sem medo, sentir plenamente cada movimento.
Vida é gritar bem alto, deixando vir de dentro a alegria de estar amando...
assumir de corpo inteiro e não só no pensamento.
Vida é amar sem medo.

(Léa Waider)

sábado, 13 de setembro de 2008

Talvez a saudade seja uma das mais belas formas de afinidade,
sem ela não teríamos a alegria do abraço de alguém
que mesmo distante nos faz bem.

(Agatha Sthefanini)
Quero que guarde de mim
o doce sabor da fruta mais saborosa
que experimentastes.
quero que pense em mim,
como se recordasse os mais belos
e puros sonhos de criança.
Quero que olhe para mim,
vendo o meu retrato e se lembre do dia
que efetuastes um lindo flash
e acrescentasse com ternura
em seu álbum de fotografias.
Quero que veja em mim
o resgate da esperança
que em algum momento
apresentou-se irreversível.
Quero que entenda em mim,
os segredos que só a ti pertencem
e tenha a convicção
que pude ser seu álibi interior.
Quero que saiba assim,
que ao lembrar de mim,
não deixe de me guardar
em teu coração.
Quero que prevaleça a certeza
de que tudo o que desejo é sincero,
porque quero que sejas
eternamente feliz
e de mim nunca se esqueça!

(Elizabeth Misciasci)
A felicidade só é completa
se for construída todos os dias,
e renovada a cada novo momento
porque ser feliz não é ter tudo na vida,
mas ter motivos para adicionar algo novo na vida.


(Lyah dos Anjos)

Um novo dia vem nascendo
Um novo sol já vai raiar
Parece a vida, rompendo em luz
E que nos convida a amar

Oh, meu irmão, não desespera
Espera a luz acontecer
Para que a vida renasça em paz
Nesse novo amanhecer

Surgem as abelhas em zoeira a sugar o mel das flores gentis
Param as ovelhas pelo monte, a recordar os horizontes felizes
Vindo à distância cantam galos em longínquos intervalos de sons
Pombos revoando, vão uivando, vão passando nestes céus tão azuis

Ah, quanta cor e luz!

E o movimento vai crescendo
Vai aumentando em amplidão
Parece a vida pulsar no ar
O bater de um coração

Sobem pregões vindos da praça
Começa o povo a aparecer

Quem quer comprar neste novo dia
A alegria de viver?

(Vinicius de Moraes)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008


Triste momento...
Quando mãos soltam-se
Na vontade de segurar o aperto...
Quando pranto sufoca palavras de súplicas
Estampadas no olhar.
Silêncio de dois corações dilacerados...
Quando se sabe que feito areia entre dedos,
Esvaem-se juras que pareciam eternas...
O grito calado que o mundo deveria ouvir.
Impotência diante do inevitável...
Almas separadas...
Destino de um amor
Que já foi prometido em outras vidas...

(Cida Luz)
Se queres sentir a felicidade de
amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus – ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

(Manuel Bandeira)
Tenta te orientar pelo calendário das flores, esquece, por um momento, os número, a semana, o dia de seu nascimento. Se conseguires ser leve, aproveita, enche tuas malas de sonho e toma carona no vento.

(Fernando Campanella)
Enquanto o homem não souber para que porto quer ir,
nenhum vento será o vento certo.
(Sêneca)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008


Magoa-me a saudade
do sobressalto dos corpos
ferindo-se de ternura
sói-me a distante lembrança
do teu vestido
caindo aos nossos pés

Magoa-me a saudade
do tempo em que te habitava
como o sal ocupa o mar
como a luz recolhendo-se
nas pupilas desatentas

Seja eu de novo a tua sombra, teu desejo,
tua noite sem remédio
tua virtude, tua carência
eu
que longe de ti sou fraco
eu
que já fui água, seiva vegetal
sou agora gota trémula, raiz exposta

Traz
de novo, meu amor,
a transparência da água
dá ocupação à minha ternura vadia
mergulha os teus dedos
no feitiço do meu peito
e espanta na gruta funda de mim
os animais que atormentam o meu sono

(Mia Couto)
Que nada nos defina.
Que nada nos sujeite.
Que a liberdade seja
a nossa própria substância.

(Simone de Beauvoir)
Toma-me ao menos
na tua vigília.
Nos entressonhos.
Que eu faça parte
das dores empoçadas
de um estendido de outono

Do estar ali e largar-se
da tua vida.

Toma-me
porque me agrada
meu ser cativo do teu sono.
Corporifica
boca e malícias.
Tatos.
Me importa
mais o que a ausência traz
e a boca não explica.

Toma-me anônima
se quiseres. Eu outra
ou fictícia. Até rapaz.
É sempre a mim que tomas.
Tanto faz.

(Hilda Hilst - Cantares)
Você chegou devagar
sem eu saber de onde..
veio como o vento,
mexendo aos poucos aqui dentro

Serenamente, como uma brisa matinal, seria
carinhosamente, sem nenhuma intenção
conseguiu conquitar um coração
com carinhos e poesia.

Depois, arrebatador como um vendaval
numa dança, de beijos e caricias
de sensações, e malícias
como o balançar de roupas no varal.

Como na calmaria da noite
para refrescar o luar
nosso amor, a continuar
entre juras, não queremos parar.

E no fim, peço ao vento
que te leve minha poesia
que te leve meu pensamento
e te beije, como eu te beijaria.

(Cacau Brazil)
Hoje me dei conta de que as pessoas
Vivem a esperar por algo
E quando surge uma oportunidade
Se dizem confusas e despreparadas,
Sentem que não merecem
Que o tempo certo ainda não chegou,
E a vida passa e os momentos se acumulam
Como papéis sobre uma mesa.
Estamos nos preparando para qualquer coisa
Mas ainda não aprendemos a viver,
A arriscar aquilo que sonhamos.
E assim adiamos nossos dias
E nossas vidas por tempo indeterminado
Até que a vida se encarregue de decidir
Por nós mesmos,
E percebemos o quanto perdemos
E o tanto que poderíamos ter evitado.

(Fernando Pessoa)

Lembrar é fácil para quem tem memória.

Esquecer é difícil para quem tem coração.


(Shakespeare)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O tempo é muito lento para os que esperam.
Muito rápido para os que têm medo.
Muito longo para os que lamentam.
Muito curto para os que festejam.
Mas, para os que amam o tempo é eterno.

(William Shakespeare)
Eu agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

(Mário Quintana)

Quanto tempo é necessário para se dizer um eu te amo?
Quanto tempo é necessário para gostar de uma pessoa?
Quanto tempo é necessário para esquecer uma pessoa?

Quanto tempo é necessário para chegar até o fim?
Quanto tempo foi necessário para chegar até aqui?
Quanto tempo é necessário para começar tudo de novo?

Quanto tempo é necessário viver?
Quanto tempo é necessário para ser feliz?
Quanto tempo é necessário para viver feliz?

Quanto tempo posso ficar sem te ver?
Quanto tempo posso ficar aqui?
Quanto tempo posso ficar só?

(Kelly Cristina)