Ora direis ouvir as flores.
Ora direis sentir as cores,
Borbulhantes belezas,
Recriando as certezas,
De que as flores são obras,
Nascentes de nossas sobras.
Dos anos que se perderam,
Dos ramos que se racharam,
Dos passos que aqui passaram,
Das vidas que se amaram,
Do canto, da juventude,
Da prece e da virtude.
Ora direis ouvir as flores.
Ora direis sentir amores,
Em ventos de primavera,
Em sonhos de nova era,
Na chuva, na noite fria
No viajar que seria
O amigo na solidão,
Trazendo afagos na mão.
Na nuvem branca que passa,
No velho banco da praça
Que sempre serviu de braço
Ao apoiar teu cansaço.
Ora direis ouvir as flores.
Ora direis sentir os odores,
Por toda a natureza,
Por toda essa certeza,
Serei cantor deste verso.
(Paulo Rogério Della)
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