sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Às vezes penso em você.
Nitidamente vejo sua imagem!
Lembro-me do que se passou...
Revejo tudo em preto e branco.
Como um filme antigo, mil vezes repetido!
Fosse tudo um sonho acordaria!
Fosse sonho, ou pesadelo...
Abriria os olhos, e
Sairia correndo a lhe encontrar.
Sorrindo lhe diria tudo!
Riria-mos muito...
Riria-mos juntos...
Estaríamos juntos!
Mas o relógio não desperta...
A realidade não se transforma!
Não quero mais nada...
Guardarei o seu sorriso...
Apenas o seu sorriso!

(Luiz Caio)
E eu não sei o que fazer
quando os sentimentos falam
mas as palavras se calam
diante de querer e não poder.
Quando minhas mãos reprimem
as carícias em teu rosto,
e tateiam no escuro
as ilusórias formas do teu corpo.
Quando a minha carente ternura
insiste em ti encontrar
uma porta aberta,
uma área disponível
onde ela possa morar.

(Gerlane Melo)


















Sou fada,
sou bruxa.
Sou mulher,
Sou flor
Um lado bruxa
Um lado fada
O meu lado bruxa
Enfeitiça
Meu lado mulher
Atiça
Meu lado fada
Te conquista
No amor sou fada
Sou mulher
Mas sou bruxa
Que lhe encanta
Sou flor que nunca murcha
Sou mulher
Que simplesmente ama
Um lado fada, um lado bruxa.
Se estou triste
O meu lado fada
Acalma meu coração
Se apaixonada
O meu lado bruxa
Usa o feitiço da sedução
Mas sou simplesmente mulher
Magia, amor e dedicação.


(Sirlei L. Passolongo)




















Dentro de mim moram duas meninas:
uma é tímida, recatada e sonhadora;
a outra, mais atiradinha,
é maliciosa, atrevida e sedutora!

A menina tímida é romântica.
Sonha com o príncipe encantado.
Acredita no amor, nas grandes paixões.
Dona de um coração apaixonado!

Já a menina danadinha,
gosta mesmo é do lobo mau, do bicho papão...
Ela vive dos prazeres carnais,
e o amor prá ela, é só uma ilusão.

Mas o melhor, é quando elas se encontram.
Então a mulher que há em mim, desperta!
E nessas horas, não sou mais nem menos,
só a medida certa!

E tudo misturado, se completa.
Doses perfeitas de paixão e sedução.
E minhas menininhas se divertem,
do bom senso à perdição!


(Mell Glitter)

Como expressar nas palavras,
os gestos que queria fazer,
as coisas que gostaria de ver,
os belos amanhecer e entardecer,
e o sombrio morrer...
faltam-se falas.
Mas ao expressar
o simples fato de escrever, falar,
nada existe para preocupar...
nada pode deturpar,
na essência pelo chorar,
no gesto por beijar,
comover e alavancar
o puro e simples "amar".
O fogo que me faz arder é o mesmo que me ilumina.

(Sonia Marques)
Como se fosse fácil,
eu me divido em dois
e enquanto a metade fica
bordando invisíveis luares,
a outra, que também sou eu,
anda solta pelos mares.
E enquanto a metade fica
trançando o azul das tardes,
a outra, que também sou eu,
anda louca pelos ares.

(Roseana Murray)
Sinto que não minto
quando digo que teu amor pra mim é absinto...
Sinto que estremeço
quando em tuas mãos devagarinho eu amoleço...
Sinto-me na Lua
quando seu olhar me deixa inteiramente nua...
Sinto-me feliz
quando sei que o êxtase está por um triz...
Sinto-me em paz
com essa tranquilidade que só tua presença me traz...
E é me sentindo assim
que te tornaste o dono de mim.
(Alice Barollo)
O Olho é uma espécio de globo,
é um pequeno planeta
com pinturas do lado de fora.
Muitas pinturas:
azuis, verdes, amarelas.
É um globo brilhante:
parece cristal,
é como um aquário com plantas
finamente desenhadas: algas, sargaços,
miniaturas marinhas, areias,
rochas, naufrágios e peixes de ouro.
Mas por dentro há outras pinturas,
que não se vêem:
umas são imagens do mundo,
outras são invetadas.
O Olho é um teatro por dentro.
E às vezes, sejam atores, sejam cenas,
e às vezes, sejam imagens, sejam ausências,
formam, no Olho, lágrimas.

(Cecilia Meireles)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Quando penso em você
fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa,
menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
já me traz contentamento
Pode ser até amanhã,
cedo claro feito dia
mas nada do que me dizem
me faz sentir alegria
Eu só queria ter no mato
um gosto de framboesa
Para correr entre os canteiros
e esconder minha tristeza
Que eu ainda sou bem moço para tanta tristeza
E deixemos de coisa, cuidemos da vida,
Pois se não chega a morte ou coisa parecida
E nos arrasta moço, sem ter visto a vida

(Cecília Meireles)
Não existem brancos,

não existem amarelos,

não existem negros:

somos todos arco-íris.

(Ulisses Tavares)
Sou feita de orvalho e luar
Tenho o cheiro da terra
A natureza é meu lar
Meu refúgio é as estrelas
O vento é meu cantar
Numa esperança espontânea
Eu corro solta pra amar
O sonho deita em flores
Fruta fresca é meu sabor
A esperança é meu guia
Entre aromas e cor
Vou sem medo e cara limpa
Puro instinto pecador
O medo maior que sinto
É não pecar por amor
Colho os versos esquecidos
Deito fora toda a dor
Eu sou pura melodia
Dos olhos de quem chorou
Pés descalços na saudade
Piso firme nesse chão
Despedaço minhas flores
Guardo as pétalas no coração
Vivo o agora feliz
E faço a noite calar
Somente o vento se agita
Pras minhas asas voar

(Ane Franco)
Ah, essa saudade vadia,
a passear, insistente,
pelo fundo dos meus olhos;
não se decide, afinal,
a ir embora de vez...
Brinca com a tristeza
que transcende o meu olhar,
invade o meu coração
e mata todas as flores
que desabrocharam
em mim...

(Luiz Carlos Amorim)

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Se sua rua porventura aparecer coberta de pétalas caídas
pela inclemência
de um vento qualquer,
não faça nada.
Deixe-a assim desordenada
e descabida.
São reticências que sobraram da estação passada.
Acabarão varridas pela própria vida...

(Flora Figueiredo)

A GRANDEZA DE UMA NAÇÃO

PODE SER JULGADA PELO MODO

COMO SEUS ANIMAIS SÃO TRATADOS.


(M. GANDHI)
Aquiete-se para ouvir o silêncio;
a clorofila escorre pela haste,
a sombra e o sol ecoam um contraste
de quentes e frios na linha divisória.
Tente escutar a história da brisa
quando passa empurrandoa bruma,
que, tola, embaça a púrpura da rosa.
Esta conta prosa de sacerdotisa.
Faça atenção ao momento de explosão
da metamorfose
que irrompe em grande dose
de véus e açúcares.
Sinta o cochilo dos nenúfares.
Se conseguir atingir
o ponto mais profundo da quietude,
vai poder ouvir o coração do colibrí.
Ele bate minúsculo num peito passarinho.
A Terra se mobiliza para entoar
uma sonata azul em homenagem
a esse músculo coberto de plumagem,
que tão pequenininho é tão capaz de amar.

(Flora Figueiredo)
O rosto da tarde é triste e me diz palavras sem tino.
Uma a uma as ouço e repito, na ânsia de obter vestígios do dia, perdidos.
Sem querer eu vou tecendo no corpo um lume amoroso de vozes, de vozes.
É noite, agora.
Mas dentro de mim a fala do amor consola e em tudo flameja a aurora.

(Alcides Buss)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Amar é...
Olhar pela janela e ver;
Não o sol se pondo,
Mas sim o por do sol...
A diferença da escrita
Altera o sentido do olhar
Alterando o sentimento
Mudando o amor
Amar é...
Pegar uma flor
E nela sentir o perfume
A suavidade das pétalas
Sem se preocupar
Com os espinhos
Que muitas vezes ferem
Mas cicatrizam
Amar é...
Olhar o oposto
E nele descobrir
Que o adverso
Do verso pode mudar
E nesse verso sair
O mais belo poema
Que fará do seu amor
Mesmo que julgado
Ou apontado
Por aquele que não conseguiu
Rimar sua vida
Com a palavra
Amar é...

(Ledemir Bertagnoli)

domingo, 26 de outubro de 2008

Como é difícil esbarrar
num par de olhos sinceros
que nos olhem de frente
até o fundo da alma.
Como é difícil encontrar
braços fortes, de amante,
que enlacem a gente
por toda uma vida.

Quase impossível achar
mãos bem firmes
que segurem a desgraça,
que levem para longe
todo o mal desse mundo.

E que tragam para perto
para bem junto de nós
um maço de flores
uma vida de amores
uma porção de carinho
o calor de um ninho
um punhado de paz!

(Giulia Dummont)
Toda palavra voa nebulosa
até chegar latente ao nosso chão.
Pousa sem pressa ou prece em mansa prosa
caída chuva breve de verão.

Toda palavra se abre generosa
para abrigar segredos num porão
lá onde sobram sombras sinuosas
levantando a poeira no perdão

Toda palavra veste-se vistosa
para fazer afagos na paixão
uma pantera em paz, porém tinhosa.

Toda palavra enfim é explosão
que o mundo só é mundo por osmose
pois há um outro ser no coração

(Torquato Neto)

sábado, 25 de outubro de 2008

Bem te vi, bem te vi
Andar por um jardim em flor
Chamando os bichos de amor
Tua boca pingava mel
Bem te quis, bem te quis
E ainda quero muito mais
Maior que a imensidão da paz
Bem maior que o sol
Onde estás?
Voei por este céu azul
Andei estradas do além
Onde estará meu bem
Onde estás?
Nas nuvens ou na insensatez
Me beije só mais uma vez
Depois volte prá lá.

(Jardim da Fantasia - Paulinho Pedra Azul)

Não coma a vida com garfo e faca.
Lambuze-se!
Muita gente guarda a vida para o futuro.
Mesmo que a vida esteja na geladeira,
se você não a viver, ela se deteriorará.
É por isso que tantas pessoas se sentem emboloradas na meia-idade.
Elas guardam a vida, não se entregam ao amor, ao trabalho,
não ousam, não vão em frente.
Não deixe sua vida ficar muito séria,
saboreie tudo o que conseguir: as derrotas e as vitórias,
a força do amanhecere a poesia do anoitecer.
Com o tempo, você vai percebendo
que para ser feliz você precisa aprender
a gostar de si, a cuidar de si e, principalmente,
a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...
é cuidar do Jardim para que elas venham até você.

(Mário Quintana)

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

não me leve embora
me leve a sério
me leve agora
para dentro
para cama
para uma noite
inteira
para uma vida
passageira
mas me leve
para algum lugar
para algum país
me faz feliz
me faz, me leve

(Cáh Morandi)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Dispense os chás de ervas,
os calmantes,
as receitas de lorotas
em conserva,
alucinógenos,
bebidas inebriantes,
álcool em excesso,
glicógenos,
os moderadores,
os estimulantes
as bulas de remédios limitantes
as lições de poder sob medida.
Liberte o coração e beba a vida.

(Flora Figueiredo)
Bem querer é:

Olhar,
Aceitar...
Não exigir.
Ouvir
Incompletamente e
Tudo
Entender.

(Marise de Sousa)
Namorar é a forma bonita de viver um amor.

Namora, quem lê nos olhos e
sente no coração as vontades saborosas do outro.

Namora, quem se embeleza em estado de amor.

Namora, quem fala da infância e da fazenda das férias,
quem aguarda com aflição, o telefone tocar e dá um
salto para atendê-lo antes mesmo do primeiro trim.

Namora quem namora, quem à toa chora,
quem rememora, quem comemora datas
que o outro esqueceu.

Namora quem é bom, quem gosta da vida,
de nuvem, de rio gelado e de parque de diversões.

Namora quem sonha, quem teima,
quem vive morrendo de amor
e quem morre vivendo de amar.

(Artur da Távola)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Ando saudosa
de partidas e
voltas.
Meio relógio que olha
horas infindas de esperas ...
Ando assim
meio cachorro carente
de carinhos de dono...
Incompleta,
feito pássaro em gaiola,
que nunca sentiu o gosto de liberdade...
Ando meio termo,
página rasgada,
livro inacabado,
poema sem rima...
Ando dor,
em invisíveis recantos,
à espera do bálsamo confortador...
Ando tanto
e não me encontro...
Tão sem canto
e ainda me espanto
quando penso que me refaço a caminhar...

(Caminhos Tortos - Cida Sousa)
há dias serenos
dias pequenos
sutis
enfim...
dia sim/dia não
dia sem pão
nem ilusão...
Há dias de dores
de amores
dias amargos
de engasgos
e há gritos
agitos
na fala
da alma
uma calma
que não se vê...

(Cida Sousa)
Penso no sono
na maciez dos pêlos
do teu peito.
Penso nos eixos
nos encaixes
nas pernas postas
dispostas uma às outras.
Nossas vidas não déspotas
mas esclarecidas
se encontram.

Penso nas coisas que nos confessam
nas palavras de amor
que se enfiam no meio dos nossos beijos.
Penso nos endereços
que levam nossos corpos
a seus destinos.
Penso nos sinos
que tocam na nossa alma
quando o amor nosso
e seu alvoroço se cumprem e a paz nos apalpa
e a paz nos cobre
com o sono da calma.

(Elisa Lucinda)

terça-feira, 21 de outubro de 2008


Não importa onde você parou...
Em que momento da vida você cansou...
O que importa é que sempre é possível e necessário "recomeçar".
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
É renovar as esperanças da vida
e, o mais importante...
Acreditar em você de novo.
Sofreu muito neste período?
Foi aprendizado...
Chorou muito?
Foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só por diversas vezes?
É porque fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou em tudo que estava perdido?
Era o início de tua melhora...
Onde você quer chegar?
Ir alto?
Sonhe alto...
Queira o melhor do melhor ...
Se pensamos pequeno...
Coisas pequenas teremos...
Mas se desejarmos fortemente o melhor e
Principalmente lutarmos pelo melhor...
O melhor vai se instalar em nossa vida.
Porque sou do tamanho daquilo que vejo,
E não do tamanho da minha altura.

(Carlos Drumond de Andrade)
Quando mais não houver,
eu me erguerei cantando,
saudando a vida
com meu corpo de cavalo jovem.
E numa louca corrida
entregarei meu ser ao ser do Tempo
e a minha voz à doce voz do vento.
Despojado do que já não há
solto no vazio do que ainda não veio,
minha boca cantará
cantos de alívio pelo que se foi,
cantos de espera pelo que há de vir.

(Caio Fernando de Abreu)

Angústia, enfim.
(*) por Keli Vasconcelos

Pela janela do ônibus a vida passa de lampejo. Um clarão na escuridão da metrópole. Os olhos arregalados da criança com roupa colorida e nova de passeio atravessam as ruas, as casas, os edifícios que rasgam esta imensidão cinza. Segurado no colo da mãe, o menino franzino com cabelo penteado a gel observa os pássaros, os carros, as pessoas apressadas. Analisa cada detalhe e pensa, em sua sabedoria infantil, que aquele momento é de singela aventura. Diferente de nós, estáticos adultos.

O balançar da condução provoca enjôos nos mais sensíveis. Dá para perceber a grávida que afaga a barriga e a gestação com os olhos cansados. Uns debruçam no vidro da janela que serve ora de travesseiro, ora de consolo. Num instante, desviando-se dos obstáculos humanos no corredor de lata, em busca de um assento, no banco da frente próximo ao cobrador – ou trocador dependendo do dialeto de cada região – a moça de vestido azul deixa uma lágrima escorrer pelo seu rosto de ébano.

Enquanto isso, a rua é tomada por curiosos que se aglomeram na frente de um carro com os vidros estilhaçados. Policiais correm e afastam os mais afoitos. Não dá para ver quem está dentro do veículo. Pode estar vivo, pode estar morto. Mas o quê importa agora, não estamos mais lá para ver? A vida segue como o ônibus que nos conduz.

Aperto no peito, as mãos suadas que escorregam neste corrimão de aço. Milhares de pensamentos e perguntas passam pela mente. O que acontecera com o motorista, ou a motorista, daquele carro e aquela mulher que descera nessa rua deserta a soluçar? E o que imagina aquele menino, agora sentado no colo de sua mãe, ainda a balbuciar palavras soltas e com dificuldade por causa da chupeta? Só dava para ouvir um “que é isso mãe?” apontando para algema de outro policial em pé ao lado do motorista, cujo brilho invade o ônibus.

Olho para o rosto refletido dentro deste lugar. O que acontece comigo que tenho tantas coisas a dizer, a questionar, a responder?

Somos tão sós nessa multidão de solitários. Tão vazios nessa explosão de idéias. Tão únicos nessa diversidade de valores. O que resta agora é descer as escadas, ouvir o fechar a vácuo da porta do ônibus, atravessar a rua e prosseguir. Mesmo com dúvidas, compressões cotidianas. Ver o comum neste mundo de novidades.

Angústia enfim.

(*) Jornalista, nativa de São Paulo - Capital. Já atuou em rádio, assessoria de imprensa, editora e revistas. Faz trabalhos como freelancer e está sempre na incansável e “angustiante” luta por oportunidades

segunda-feira, 20 de outubro de 2008


Nenhum de nós
pode programar a vida
como linha reta
imutável, inflexível...
A cada instante
as surpresas rebentam
e temos que ter
humildade e imaginação criadora
para ir salvando o essencial
através do inesperado de cada instante...

(D. Helder Câmara)
Para ser feliz,
há de se ter pela vida
um ardor insuportável.
Possuir a força de Hércules
e a coragem de um Titã.
Chorar pouco,
lamentar-se? nunca.
Há que se voar como um Falcão
para escalar o céu,
mas caminhar em solo firme.
Para ser feliz, há que se cultivar o talento,
agigantar-se perante o medo,
aprender com as derrotas
e apoderar-se do destino.
Para ser feliz,
há que se comprometer consigo,
garimpar boas ações,
penitenciar-se menos,e,
vez por outra, permitir-se subversões.
Para ser feliz
há que se amar desenfreadamente,
e não negligenciar amor ao próximo.
Há que se ter a bravura de um leão
e a candura das gaivotas.

(Eliane Raise)
Não sei escrever tudo o que sinto,
mas sei sentir
e com um amor imenso cada pedacinho da vida.
Não sei amar de morrer porque para mim amar é viver.
Não sei sonhar todos os meus sonhos,
só sei sonhar o que o meu coração pede.
Não sei dar tudo de mim,
mas me esforço para dar o que posso.
Não sei quase nada da vida,
mas sei que é bom existir.
Tudo o que eu sei é que a vida é linda
E que enquanto houver um mínimo de ternura
para oferecer, a vida vale a pena viver.

(Letícia Thompson)
Meus caros, volta-se porque se tem saudade
Porque se foi feliz intimamente
Volta-se porque se tocou num inocente
E porque se encontrou tranqüilidade

A despeito da vida que acorrente
Volta-se, volta-se para a sinceridade
Volta-se sempre, tarde ou de repente
Na alegria ou na infelicidade.

E nada como esse apelo da lembrança
Para se transfigurar numa esperança
Essa desolação que uma alma leve

Assim é que, partindo, eu vou levando
Toda a desolação de um até-quando
Num ardente desejo de até-breve.

(Vinicius de Moraes)
Viver pra fora é voar,
mergulhar tenro e macio,
espreguiçar no teu cio
um toque buscando vãos,
como esvoaçar de ninfetas
e dança de borboletas.

Viver pra dentro é voltar,
ao começo num tropeço,
mergulhar vermelho em ti mesmo,
vestir-te de ti pelo avesso,
arrancando espinho a esmo,
pisando com todo pesoos calos do coração.

(Elane Tomich)
Foram-se abrindo aos poucos as estrelas...
De margaridas lindo campo em flor!
Tão alto o Céu!...
Pudesse eu ir colhê-las...
Diria alguma se me tens amor.
Estrelas altas!
Que se importam elas?
Tão longe estão...
Tão longe deste mundo...
Trêmulo bando de distantes velas
Ancoradas no azul do céu profundo...
Porém meu coração quase parava,
Lá foram voando
as esperanças minhas
Quando uma,
dentre aquelas estrelinhas,
Deus a guie! do céu despencou...
Com certeza era o amor que tu me tinhas
Que repentinamente se acabou !

(Mário Quintana)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

O tempo é estático,
Somos nós que passamos.
Os amores não acabam
Somos nós que de amores mudamos.
As flores são eternas
Nós que as vemos murchando.
Toda dor é perene
Somos nós que nos acostumamos.
Toda hora é para sempre
Pena, que sempre abreviamos.
Toda chegada é partida, e é definitiva.
Somos nós que nos ausentamos.
Todas as lágrimas são repetidas
Somos nós que de novo derramamos.
Todas as respostas estão prontas
É nas perguntas que erramos
Todos os mortos estão vivos, e serenos
Fomos nós...que morremos.

(Tonho França)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A saudade é um buraco na alma
que se abriu quando um pedaço
nos foi arrancado.
No buraco de uma saudade
mora a memória daquilo que amamos,
tivemos e perdemos,
presença de um ausência...

(Rubem Alves)
Algumas pessoas entram em nossas vidas
e rapidamente se vão...

Algumas pessoas tiram nossas almas para dançar.
Elas nos despertam para um novo
entendimento com a sua sabedoria.
Algumas pessoas fazem o céu mais bonito de se olhar.
Elas permanecem em nossas vidas por algum tempo,
deixando pegadas em nossos corações,
e nós nunca seremos os mesmos.
(Flavia Weedn)
Depois de uma longa espera consegui,
finalmente, plantar o meu jardim.
Tive de esperar muito tempo porque jardins
precisam de terra para existir.
Mas a terra eu não tinha.
De meu, eu só tinha o sonho.
Sei que é nos sonhos que os jardins existem,
antes de existirem do lado de fora.
Um jardim é um sonho que virou realidade,
revelação de nossa verdade interior escondida, a alma nua
se oferecendo ao deleite dos outros, sem vergonha alguma…
Mas os sonhos, sendo coisas belas, são coisas fracas.
Sozinhos, eles nada podem fazer: pássaros sem asas…
São como as canções, que nada são até que alguém as cante;
Como as sementes, dentro dos pacotinhos,
à espera de alguém que as liberte e as plante na terra.
Os sonhos viviam dentro de mim. Eram posse minha.
Mas a terra não me pertencia.
(Rubem Alves)

Matar o sonho é matarmo-nos.
É mutilar a nossa alma.
O sonho é o que temos de realmente nosso,
de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso...

(Fernando Pessoa)
Que o seu dia seja da forma que você queira,
como se pegasse uma tela em branco e pintasse
a sua maneira e desse vida
à ela como essa pintura nesse link abaixo.
Vale a pena visitar o site, é muito interessante.


Quando abrir, clique no pincel
Aguarde carregar...


http://www.jacquielawson.com/preview.asp?cont=1&hdn=5&pv=3146946

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Somos
Somente a fotografia.
Dois navegantes perdidos no cais
Distantes demais
Somos instantes, palavras, poesia
Dois delirantes ficando reais
Distantes demais
Noites de sol, loucos de amar,
Quem poderia nos alcançar.
Eu e você, sem perceber,
Fomos ficando iguais,
Longe,
Distantes demais

(Lenine)
O amor é onda
é revolução.
Vem em fúria, em paixão.
Assim como alimenta
confunde e atormenta.
Uma hora é certeza.
Na outra, é dúvida.
É perdição.
Com o tempo
passa a vida.
Vem a calma, tranqüiliza o coração.
E os amantes já mais velhos
têm no romance nova emoção.
(Ana Mello)
Mesmo que você fuja de mim
Por labirintos e alçapões
Saiba que os poetas como os cegos
Podem ver na escuridão [...]
Mesmo que os romances sejam falsos como o nosso
São bonitas, não importa
São bonitas as canções
Mesmo sendo errados os amantes
Seus amores serão bons...

(Chico Buarque)
"Não importa se estamos longe....

O que importa, realmente,

é que você existe para que eu sinta a sua falta..."

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer,
nos faz querer parar de viver,
até que algo toque nosso coração,
algo simples como a
beleza de um por do sol,
a magnitude de uma noite estrelada,
a simplicidade de uma brisa
batendo em nosso rosto,
é a força da natureza
nos chamando para a vida.

(Hazziel)