segunda-feira, 26 de outubro de 2009


“Entendi que a vida não tece apenas uma teia de perdas
mas nos proporciona uma sucessão de ganhos.
O equilíbrio da balança depende muito do que soubermos e quisermos enxergar.”

(Lya Luft)

Tome o leme de sua vida.
Deixe de ser escravo da tristeza.
A sua ALEGRIA realçará a beleza das FLORES
do seu JARDIM.

(Graciela da Cunha)

Nunca me dei bem
com a saudade.
Não consigo deixá-la intensa.
Ela afronta a minha sensibilidade
e fragiliza minhas vontades...
Põe-me lágrimas nos olhos e
ressuscita lembranças...
Definitivamente ela continuará
batendo à porta do meu coração.
Fingirei não ouvir...

(Cida Luz)

Qualquer amor já é
um pouquinho de
saúde, um descanço
na loucura.

(João Guimarães Rosa)

Não permita
que a vida passe
sem que as pessoas saibam
o signifidado que elas
tem para você.

(Pe. Fábio de Melo)

domingo, 25 de outubro de 2009


Não sacrifique o dia de hoje pelo de amanhã.
Se você se sente infeliz agora,
tome alguma providência agora, pois
só na sequência dos agoras é que você existe.

(Clarice Lispector)

... Ama-Me Com Todas as
Urgências
Com Toda a Fome Que as
Distâncias Nos
Fizeram...
Ama-Me Com Todos os Defeitos
Com Todas as Verdades,
Que as Mentiras Negaram.
Ama-Me Do teu Jeito
Sem Molduras
Sem Verniz, Em Toda
Tua Autenticidade.
Ama-Me Com Ternura Com a
Força da Sensualidade,
Com a Razão e a Loucura
do Amor.
Ama-Me Mesmo Que Para
os Outros Seja Sem Nexo,
Nossa Química Não Se Explica
Se Sente e Multiplica...
Ama-Me Um Tanto Do
Que Te Amo
e Saberá o Que é o Êxtase
da Felicidade!

(Maxuel Scorpiano)

Se não deu certo apague e recomeçe !
Esqueça o que ficou, esqueça a culpa, a falta de plano, a dúvida.
O que foi quase engano.
Apague e Recomeçe.
É sempre hora de mudar, de virar a página e se reinventar
mesmo que doa, aprender não é um processo á toa.

(Fernanda Mello)

"Estamos em assincronia.
Agora nossos mundos fazem translação em velocidades diferentes.
Mas nossas atmosferas são semelhantes e nossos sonhos são engenhosos.
Não tenho astrolábio para prever o futuro, mas talvez um dia, lá na frente, nossos planetas possam se encontrar e formar eclipses fascinantes."

(Tiago Yonamine)

"Só preciso de alguns abraços queridos, a companhia suave, bate-papos que me façam sorrir, algum nível de embriaguez e a sincronicidade: eu e você não acontecemos por uma relação causal, mas por uma relação de significado. Que ainda estamos trabalhando. "

(Tiago Yonamine)

sábado, 24 de outubro de 2009


Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo
Quero apenas contar-te a minha ternura
Ah se em troca de tanta felicidade que me dás
Eu te pudesse repor
Eu soubesse repor
No coração despedaçado
As mais puras alegrias de tua infância!

(Manuel Bandeira)

Amor é
ver-te
chegar num eco de ave
e deixar que me prendas
com o teu gesto mais suave,
sentir-te só, ao pé de mim
e sentir-me tão só,
longe de ti...

(Nuno Júdice)

Aquele que amo
Disse-me
Que precisa de mim.
Por isso
Cuido de mim.
Olho meu caminho
E receio ser morta
Por uma só gota de
chuva.

(Bertold Brecht)

Hei de
saber o
Amor à
tua maneira.
Me queimo
em sonhos,
tocando
estrelas.

(Hilda Hilst)

"Um silencio que te permita ouvir o ruído do vento.
E o bater do coração."

(Caio Fernando de Abreu)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009


"Como os poetas que já cantaram, e que já ninguém mais escuta,
eu sou também a sombra vaga de alguma interminável música.
Pára em meu coração deserto!
Deixa que te ame, ó alheia, ó esquiva...
Sobre a torrente do universo, nas pontes frágeis da poesia."

(Cecília Meireles)

Tudo o que a gente tem agora,
é este pequeno instante,
esse, esse, esse,
indo embora com a respiração.
E que é suficiente para
abaixar as armas, jogar as pedras no chão, a arrogância,
abraçar, estar junto..."

(Rita Apoena)

Perdeu-se uma alegria:
impossível precisar o instante
e muito menos o ano, o mês ou dia.
Gratifica-se a quem a devolver
mesmo danificada:
é bem melhor meia alegria
do que nada.

(Maria de Lourdes Hortas)

"mas quando te conheço melhor. metamorfoseamos e criamos nossos próprios segredos. uma língua estrangeira para o mundo inteiro, mas que para a gente faz todo o sentido. olhares, sorrisos de canto, apertos de dedos entrelaçados e palavras que contém significados embaralhados. e qualquer lugar é destino definido. nossos segredos são laços de cumplicidade."

(texto: tiago yonamine - http://www.fragmentos.bz/e )

Entre a minha casa e a tua,
Há uma ponte de estrelas.
Uma ponte de silêncios.

(Mario Quintana)

"Olhe no fundo dos olhos de um animal e, por um momento, troque de lugar com ele.
A vida dele se tornará tão preciosa quanto a sua e você se tornará tão vulnerável quanto ele. Agora sorria, se você acredita que todos os animais merecem nosso respeito e nossa proteção, pois em determinado ponto eles são nós e nós somos eles."
(Philip Ochoa)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009


“Meu bem, qualquer instante que eu fico sem te ver, aumenta a saudade que eu sinto de você. Por isso eu corro demais, só pra te ver. Se você está ao meu lado eu só ando devagar, esqueço até de tudo não vejo o tempo passar, mas se chega a hora de pra casa eu te levar, corro pra depressa outro dia ver chegar. Então eu corro demais, só pra te ver. Se você vivesse sempre ao meu lado não teria motivos pra correr e devagar eu andaria. Eu não corria demais, agora eu corro demais, corro demais só pra te ver”.

(A. Calcanhoto)

"Beija eu, beija eu... Beija eu, me beija e deixa o que seja ser.
Então beba e receba meu corpo no seu corpo, eu no meu corpo
- deixa, eu me deixo. Anoiteca e amanheça...".

(Marisa Monte)

Duvido de quem não alimenta dúvidas, de quem nunca quis fugir, dos que não se escondem, dos que sempre dão a cara pra bater.
Há algo profundamente triste em não sentir falta de alguém que não vai voltar...

(Mário Bortolotto)

terça-feira, 20 de outubro de 2009


Se sonhar um pouco
é perigoso, a solução
não é sonhar menos,
é sonhar mais.

(Marcel Proust)

Eu não quero muita coisa.
Quero apenas um centímetro
de felicidade...

(Pe. Fábio de Melo)

A realidade já é dura,
piora se for densa.
Brincar é legal.
Entendeu?

(Caio Fernando de Abreu)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009


Hoje, não encontro mais aquela poesia no meu dia-a-dia, mas tento preservá-la no meu coração. Passo semanas sem olhar, com calma, para a lua e as estrelas. Faz anos que eu não vejo um vaga-lume. Crio pesquisas entre os mais próximos para saber quando viram uma joaninha na vez mais recente. Passo tempos sem ouvir cigarras e, quando consigo ouvi-las, por privilégio, aqueles que não conservam a sua inocência, não entendem porquê eu fico tão contente.

Eu acho que a gente vive uma época que pede resgates urgentes. A simplicidade, a capacidade de encanto e admiração, o olhar receptivo para se alimentar com belezas aparentemente corriqueiras, precisam ser também prioridade. Não há mundo novo sem respeito ao melhor do antigo. A natureza sempre tem uma lição inédita para nos ensinar, sendo a mesma há milênios. Com os vaga-lumes, por exemplo, aprendi o quanto é bom ter liberdade para dizer a nossa luz. Por menor que seja o ponto luminoso, faz diferença.

(Ana Jácomo)

“Eu não caminho para o fim,
eu caminho para as origens”

(Manoel de Barros)

para as coisas que existem
sem remédio, sem solução
que te tragam tédio,
desespero, frustação
há outras mil coisas
que são bonitas
que são doces
que são felizes

e se você não achar
nada de bom ou de maior
você cria alguma coisa
qualquer coisa boa que não existe

e se você botar fé nisso
essa coisa vai começar a existir
mesmo que ninguém veja
mesmo que só você acredite

(Cáh Morandi)

Me refugio nos livros, eles não me traem.
Sou das esquisitices de ficar olhando joaninhas como ponto final.
Um dia meu olho vira letra ou grilo e sai voando.
Escuto a torneira pingando pego o som descrevo a água.
Um copo de palavras me sustenta.

(Haydée Hostin Lima)

domingo, 18 de outubro de 2009


Há um menino, há um moleque,
morando sempre no meu coração,
toda vez que o adulto balança,
ele vem pra me dar a mão...

Há um passado no meu presente,
um sol bem quente lá no meu quintal,
toda vez que a bruxa me assombra,
o menino me dá a mão...

E me fala de coisas bonitas
que eu acredito que não deixarão de existir:
amizade, palavra, respeito,
caráter, bondade, alegria e amor.
Pois não posso, não devo, não quero,
viver como toda essa gente insiste em viver,
e não posso aceitar sossegado
qualquer sacanagem ser coisa normal...

Bola de meia, bola de gude,
o solidário não quer solidão,
toda vez que a tristeza me alcança,
o menino me dá a mão...

Há um menino, há um moleque,
morando sempre no meu coração,
toda vez que o adulto fraqueja,
ele vem pra me dar mão...

(Milton Nascimento e Fernando Brant)

"Todos os caminhos conduzem ao mesmo objetivo: comunicar aos outros o que somos.
Devemos atravessar a solidão e a dificuldade, o isolamento e o silêncio, a fim de chegar ao local encantado onde podemos dançar nossa dança desajeitada e cantar nossa canção Melancólica - mas nessa dança ou nessa canção são cumpridos os ritos mais antigos de nossa consciência, na percepção de sermos humanos e de cremos em um destino comum."

(Pablo Neruda)

"Cantando a gente inventa.
Inventa um romance, uma saudade, uma mentira...
Cantando a gente faz história.
Foi gritando que eu aprendi a cantar: sem nenhum
pudor, sem pecado.
Canto pra espantar os demônios, pra juntar os amigos.
Prá sentir o mundo, pra seduzir a vida."

(Cazuza)

Sugestões para presente:

Amor.
Bolinhas de sabão.
O som de copos com água.
O som das gotas no chão.
Um sorriso tímido.
A música por trás dos ruídos.
Um coração encostado no outro.
Um ou dois para sempres.
Um avião nas mãos de um menino.
Um barquinho de papel.
Uma pipa atravessando as nuvens.
Uma sementeira de tulipas.
Um mingauzinho de aveia.
Um par de meias listradas.
Dois ou três cata-ventos.
Uma palavra inventada.

(Rita Apoena)

O que mais nos dói e atrapalha na morte de quem amamos, de imediato, é o desaparecimento súbito do corpo. Essa repentina falta de assunto para os olhos físicos, bem acostumados que são com o tom da pele, o jeito dos cabelos, os diferentes desenhos de sorriso para cada contexto, a linguagem do olhar, a expressão corporal que cada um tem para falar e silenciar. E também o som da risada, o registro da voz, a textura do abraço, músicas que os sentidos ouvem e correm pra contar para o coração

Fica, de cara, uma ausência esquisita. Esse estranho fechamento das cortinas quando o show continua a acontecer para nós. Essa inexistência física de um lugar para onde ir que nos permita encontrar o que habitualmente encontrávamos. Até nos darmos conta de que existem outros olhos para ver, a tristeza nos perturba. E dói. Dói muito.

Depois que a minha avó morreu, muitas vezes eu me flagrei tirando o telefone do gancho no ímpeto amoroso de ligar para ela para dividir alguma alegria ou algum desconcerto, como eu sempre fazia. Era um embaraço constatar, segundos depois, ao ouvir o sinal da linha, que, pelos meios materiais, não havia um número para o qual eu poderia discar e ela pudesse atender com a voz que era dela. Aquela pergunta rotineira que somente ela fazia: "tudo azul com bolinhas brancas?"

Somente o tempo me trouxe o conforto de aprender a encontrá-la no meu coração. De ouvir as coisas que ela certamente me diria se pudesse me dizer. De ver e sentir o seu sorriso tão nítido, tão próximo, na minha memória, que faz tudo ficar ensolarado, mesmo quando é cinza o céu do meu momento. Ninguém morre quando continua no outro. Mas só o tempo nos ensina o caminho dessa mágica do amor. Só o tempo, esse cicatrizante.

(Ana Jácomo)

Eu me flagrei pensando em você
Em tudo que eu queria te dizer
Em uma noite especialmente boa
Não há nada mais
Que a gente possa fazer...

(Zeca Baleiro)

O susto em nós foi avançar muito pra dentro
do proibido. Muito pra perto de uma zona
perigosa. A boca da noite. O desconhecido.
Vagos caminhos de uma via nebulosa.

Vários conceitos pra falar da mesma coisa
o susto em nós foi descobrir porteiras
de territórios nunca antes percorridos
no fundo de todos nós um visitante
no fundo a falta de sentido

Visitantes de nós mesmos cometeríamos
a imprudência de quase enlouquecer
pra chegar à compreensão.
E uma coisa afiada nos conduzia
através da trilha da poesia
e do difícil trajeto da paixão.

(Bruna Lombardi)

Dor não tem nada haver com amargura.
Acho que tudo que acontece é feito
pra gente aprender cada vez mais,
é pra ensinar a gente a viver.
Desdobrável.
Cada dia mais rica de humanidade.

(Adélia Prado)

Jamais perder a sensibilidade,
mesmo que às vezes ela arranhe
um pouco a alma.
Porque sem ela não poderia sentir
a mim mesma.

(Clarisse Lispector)

Dentro de cada pessoa
Tem um cantinho escondido
Decorado de saudade

Um lugar pro coração pousar
Um endereço que freqüente sem morar
Ali na esquina do sonho com a razão
No centro do peito, no largo da ilusão

(Marisa Monte)

Eu queria aprender o idioma das árvores.
Saber as canções do vento nas folhas da tarde.
Eu queria apalpar o perfume do sol.

(Manoel de Barros)

sábado, 17 de outubro de 2009


Meus braços não são do tamanho do mundo,
mas foram feitos do tamanho exato de abraçar alguém.

(Rita Apoena)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009


Hoje eu comprei sementes de girassol. Há isso de extraordinário no mundo. Quando alguém se sente só ou com saudade de outrém pode comprar sementes de girassol para vê-lo crescer. Pode até fazer uma sementeira de tulipas. Neste caso, é preciso aguar todos os dias, com a ponta dos dedos, deixando cair uma ou duas gotas, apenas. Já as coisas abrutalhadas, máquinas, tratores ou edifícios, deixo aos outros, cuidarem. Também elas precisam de carícias: não vê o homem pendurado nas vidraças com um pano molhado? Não vê a máquina acarinhando a outra com a lixa? Há muitas formas de cuidar. E, felizmente, o delicado e o bruto na esfera do mundo. Se me ocupo da semente é porque escuto o seu silêncio. O silêncio com que ela abraça, tão brandamente, o seu grãozinho de terra.

(Rita Apoena)

Se alguém ama uma flor da qual só
existe um exemplar em milhões e
milhões de estrelas,
isso basta para ser feliz
quando a comtempla.

(Exupéry)

Enquanto vivo
vou largando rastros de mim
por instantes.

(Rita Apoena)

Não olhe para o que você vê,
Sinta o que a visão faz com
o seu coração.

(Pierre Lévy)

"... Um amigo me chamou para ajudá-lo
a cuidar da dor dele...

Guardei a minha no bolso.
E fui."

(Caio Fernando de Abreu)

"... Nada vai levar
esse amor que me tem.
Tempo que passa não tem razão
no peito é sempre a mesma estação.

(Beto Guedes)

Porque a gente cresce, principalmente,
é pelo toque dos encontros,
não importa com que cara
eles se mostrem.

(Ana Jácomo)