terça-feira, 31 de agosto de 2010


Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, qualquer coisa para ocupar o tempo, um banco de almofadas coloridas, e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banco do nosso amor, do nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a não sei quantos anos, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.

(Rita Apoena)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010


Cabe tudo no mundo
Que alívio
Cabe até eu
Que pensei que nunca caberia

Cabe cabide, cabe cabra macho, cabe cabra femea
Cabe calçado, pé descalço, cabe asfalto
Cabe grama, cabe grana que não acaba mais
Caldo de cana
Cabe falta do que não se é capaz de fazer
Ou que se faz e não se deixa perceber
Ou que se perde para alguém achar
Ou que se pede pra sempre ficar
Ou que se olha e se pode tocar
Ou que se ama, o que se ama

Cabe tudo no mundo
Que alívio
cabe até eu
Que pensei que nunca caberia

Cabe teu mundo no meu
Cabe minha boca na tua
Cabe tua língua na minha
E eu toda nua e você sem roupa
Ou com muito pouca roupa
Ou muita roupa
Dependendo da temperatura
Cabe altura que não posso ver
Cabem segredos que não podem mais se esconder
E tudo aquilo que não pode conter ao me encontrar
E tudo aquilo que é melhor deixar rolar
Cabe aqui, cabe longe, cabe horizonte
Cabe parede, cabe cama, mesa, rede

Cabe toda incerteza
Cabe todo movimento com seu consentimento
Cabe todo caminho com seu coração
Cabe sim, cabe não
Cabe quem sabe talvez
Cabe tentar mais uma vez
Cabe inferno astral
Cabe tensão pré-menstrual
Cabe soluço num suspiro
Cabe fumaça e ar
A cada espírito
Cabe saúde
Suspiro ao pensar que você está para chegar
Cabe a eternidade até o nosso próximo encontro
Cabe estar pronto
Cabe alaúde no samba
Ginga de bamba no maracatu
Cabe cru, cozido, frito, queimado
Cabe sal, doce, flor, foice
Segundo, terceiro
Cabe primeiro você
Porque tinha que ser assim
Porque tinha que ser

Cabe tudo no mundo
Que alívio
Cabe até eu
Que pensei que nunca caberia.

(Kléber Albuquerque e Cláudia D’Oreyl)

"Ela era bonita.
Mas não era bonita e só - como a maioria dos bonitos,
ela era bonita e tinha muitas outras coisas na bagagem."

(Caio Fernando de Abreu)

sábado, 28 de agosto de 2010


E assim sou, fútil e sensível, capaz de impulsos violentos e absorventes, maus e bons, nobres e vis, mas nunca de um sentimento que subsista, nunca de uma emoção que continue, e entre para a substância da alma. Tudo em mim é a tendência para ser a seguir outra coisa; uma impaciência da alma consigo mesma, como com uma criança inoportuna; um desassossego sempre crescente e sempre igual. Tudo me interessa e nada me prende.

(Fernando Pessoa)

O que me faz sofrer é sentir que o que encheria qualquer mulher de felicidade, ou seja, teu, teu maravilhoso amor, o teu amor generoso, bom, apaixonado, e essas coisas lindas que você me diz, tudo isso me causa ansiedade e me leva ao desespero. Quanto mais eu penso em me entregar totalmente a você, tanto mais terror eu tenho do que seria de mim se esse teu amor ardente se apagasse.

(Fernanda Torres)

Meus irmãos colecionavam selos, moedas, borboletas e revistas.
Eu, silêncios.
A brisa se mistura ao cheiro das lembranças.
É como se eu estivesse regressando.
Posso brincar lá fora?
O pampa é meu pátio.
Como dói a porta fechada por dentro.
Não ter para onde ir é uma forma de sempre chegar.

(Fabrício Carpinejar)

A gente se arrisca porque gosta de chorar de vez em quando. E se arrisca mais forte ainda porque gosta de sorrir também, digo eu, que não gosto (nem um pouco) do verbo prender. Prender o riso. Prender o choro. Prender o grito. Prender o verbo. Faz a gente deixar de ser, a gente.

(Vanessa Leonardi)

Abra os olhos.
Há encantos escondidos por toda parte.
Presta atenção.
São miúdos, mas constantes.

(Pe. Fábio de Melo)

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

(Carlos Drummond de Andrade)

Silêncio, ando obcecado por silêncio.
Um silêncio que te permita ouvir o ruído do vento.
E o bater do coração.
E se possível isso que chamamos de Deus,
existindo devagarinho em cada coisa.
Existe sim.

(Caio Fernando de Abreu)

E por que haverias de querer
E por que haverias de querer minha alma
Na tua cama?
Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.

(Hilda Hilst)

Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua

(Sophia M. Breyner Andresen)

"A chuva tocou a terra,
vivificou os troncos,
fortificou as raízes,
desenhando-os,
na verdade
da imaginação.
Veja que, ainda ontem,
as pedras eram nítidas,
no leito das águas,
que acalentavam a plantação.
A noite era clara,
com a lua,
quase nua,
abrigando o sertão.
Mas as pétalas caíram,
quando a brisa se alterou,
recolhendo as folhas,
deitando-as, pardas, ao chão.
Foi quando as flores e o riso,
desbotaram-se,
no ciclo,
descrito em horas,
sem precisão.
As cores se apagaram,
serenas,
abruptas,
na nova estação.
Silenciosamente,
diluiu-se o perfume,
diante do tempo,
que se foi sem perdão.
E se sobraram os tons,
efêmeros,
saberemos, porém,
que em outros dias,
imagens únicas,
certamente virão."

(Cláudio J. Gontijo - Estação http://vervida.blogspot.com/)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010


" Há em teus olhos, dados ao momento,
uma tristeza de água reprimida,
que é como o pressentimento
duma próxima despedida.
Tristeza que faz lembrar
dias perdidos de outono
com luz pálida a incidir
nas folhas mortas de sono.
Deixa que a esperança os molhe,
os inunde de alegria.
Cada noite passa e colhe
o gosto dum novo dia. "

(Albano Martins)

Não haverá futuro — e haverá
somente esta lâmina
de quartzo lacerando
a carne amarrotada. E haverá
somente este punhal
de cinza cravado
entre almofadas inúteis
e lençóis vazios.

(Albano Martins)

terça-feira, 24 de agosto de 2010


Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fosse assim ele flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra. “Amor é estado de graça e com amor não se paga.” Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que “amor com amor se paga”. O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa que floresce porque floresce, eu te amo porque te amo.

(Rubem Alves)

"Afinal, há é que ter paciência, dar tempo ao tempo, já devíamos ter aprendido, e de uma vez para sempre, que o destino tem de fazer muitos rodeios para chegar a qualquer parte."

(José Saramago)

"Os olhos buscam signos, avisos, o coração resiste
(até quando?) e o rosto se banha de estrelas
dormidas de ontem(..)"

(Caio F. de Abreu)

"Uma pessoa não é só um amontoado
de frasezinhas supostamente brilhantes."

(Caio Fernando Abreu)

Hoje flutuam na Alma
restos de desejos rosados
cinzas estelares azuis
migalhas de sonhos violetas.

Cintilam sentidos soltos
cores, farelos de luas e letras...

(Ana Luisa Kaminski)

Lembre-se disto:
Nada do que é realmente seu pode ser tirado de você.

(
http://adviceforallmychildren.tumblr.com)

"Creio que o pecado é realmente um mistério tão grande como a virtude."

(Charles Chaplin)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010


Alegrias e brincadeira
Sintonia de tempos
segurando a mão na dança
Acalanto de mimos
Colo e bem querer
Aromas e cheiros, universo particular
Sentir a vida que é prazer,
Acolhe o bem-estar.
É sorte de trevo de quatro folhas
Ternura em tom lilás!
Delícia!Nossa!

(Carla Ramazini)

Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim

Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim

(Caçador de Mim - Milton Nascimento)

domingo, 22 de agosto de 2010


Se tudo pode acontecer
Se pode acontecer qualquer coisa
Um deserto florescer
Uma nuvem cheia não chover

Pode alguém aparecer
E acontecer de ser você
Um cometa vir ao chão
Um relâmpago na escuridão

E a gente caminhando de mão dada de qualquer maneira
Eu quero que esse momento dure a vida inteira
E além da vida ainda de manhã no outro dia
Se for eu e você
Se assim acontecer. . .

(Arnaldo Antunes)

Imagine que não há paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
Acima de nós apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje

Imagine não existir países
Não é difícil de fazê-lo
Nada pelo que matar ou morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas (eu) não sou o único
Desejo que um dia
você se junte a nós
E o mundo, então, será como um só

Imagine não existir posses
Surpreenderia-me se você conseguisse
Sem (necessidade de) ganância ou fome
Uma irmandade humana
Imagine todas as pessoas
Compartilhando (todo) o mundo

Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas (eu) não sou o único
Acredito que um dia
Você se juntará a nós
E o mundo, então, será como um só

você continua existindo
em algum lugar em mim
que nem eu mesma sei
aonde ao certo encontar
mas sei que você vive
de uma forma feliz
e audociosa de permanecer
fomos idealistas quando
queríamos ser verdadeiros
mas amor e promessas
exigem coragem
e nós perdemos

(Cáh Morandi)

Quem ama inventa as coisas a que ama...
Talvez chegaste quando eu te sonhava.
Então de súbito acendeu-se a chama!
Era a brasa dormida que acordava...
E era um revôo sobre a ruinaria,
No ar atônito bimbalhavam sinos,
Tangidos por uns anjos peregrinos
Cujo dom é fazer ressurreições...
Um ritmo divino? Oh! Simplesmente
O palpitar de nossos corações
Batendo juntos e festivamente,
Ou sozinhos, num ritmo tristonho...
Ó! meu pobre, meu grande amor distante,
Nem sabes tu o bem que faz à gente
Haver sonhado... e ter vivido o sonho!

(Mario Quintana)

Não quero seu sorriso
Quero sua boca
No meu rosto
Sorrindo pra mim

Não quero seus olhares
Quero seus cílios
Nos meus olhos
Piscando pra mim

Transfere pro meu corpo
Seus sentidos
Pra eu sentir
A sua dor, os seus gemidos
E entender porque
Quero você !

Não quero seu suor
Quero seus poros
Na minha pele
Explodindo de calor.

(Zélia Duncan)

"Não é raro: tropeço e caio.
Às vezes, tombo feio de ralar o coração todinho.
Claro que dói, mas tem uma coisa: a minha fé continua em pé."

(Ana Jácomo)

Tem instantes em que nada me é mais adequado,
que os rumores de um silêncio, acordando certos
sentidos ,como um clarão, no obscuro de dentro.
É uma sutileza que me amansa, essa pausa de
nada ouvir, onde tudo me ordena.

(Patty Vicensotti)

"... Não gosto que me peçam para ser boa, não me peçam nada, mesmo aquilo que eu posso dar. As relações de dependência me assustam. Não precisem de mim com hora marcada e por um motivo concreto, precisem de mim a todo instante, a qualquer hora, sei ouvir o chamado silencioso da amizade verdadeira, do amor que não cobra, estarei lá sem que me vejam, sem que me percebam, sem que me avaliem."

(Martha Medeiros )

(...)Queria muito te dizer, me desculpa a audácia
Do mundo, a gente pouco leva: O que viu ali
O que sentiu. O que leu...
O que fez por alguém e por si mesmo
O que foi, quase por engano .
Da vida, meu amigo, a gente só leva o coração.
E o meu é poesia, música
E uma leve descrença no ser humano que eu não posso evitar.

(Fernanda Mello)

Saudades de ti eu tenho todo dia
Antes de dormir e depois que acordo
Uns momentos apenas teus, só teus
Deliciosos momentos em que paro tudo
Apenas querendo estar ao teu lado
Desenhando-te em minha vida
Em cores, tons, sons, paixão e sabores
Sabendo sempre que nosso amor nunca morre!

(Adriano Hungaro)

Somos iguais até nesses tesões. Somos iguais nós, dentro dos corações. E também somos iguais... em carne, boca e línguas. Somos iguais em toques, mordidas e lambidas! Somos iguais em rimas e até nas despedidas. Iguais e tão iguais... assim nós fomos sempre. Eu dentro de você, você dentro de mim. Somos iguais meu bem, somos iguais... ahhhhhhh sim! Somos iguais em nós, nós somos tão presentes, somos iguais em atos, em toques imprudentes. Iguais em muitos fatos, paixão e bons pecados. Iguais em corpo e alma, em amar e ser amado. E também somos iguais... em toda nossa paz, em toda nossa guerra, em todo nosso achar, em toda nossa espera. Iguais em mil desejos, iguais em mil palavras, iguais também sem medos. Assim seremos sempre, eu dentro de você, você dentro de mim... iguais eternamente!

(Adriano Hungaro)

sábado, 21 de agosto de 2010


"É interessante este alerta colocado na porta de um espaço terapêutico:

Muitas vezes...
O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando a raiva não consegue sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a “criança interna” tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
E as tuas dores caladas ? como elas falam no teu corpo?
Mas cuidado.... escolha o que falar, com quem, onde, quando e como!!!
Crianças é que contam tudo , para todos, a qualquer hora, de qualquer forma.
Passar relatório é ingenuidade.
Escolha alguém que possa te ajudar a organizar as idéias, harmonizar as sensações e recuperar a alegria.
Todos precisam saudavelmente de um ouvinte interessado.
Mas tudo depende, principalmente, do nosso esforço pessoal para fazer
acontecer as mudanças na nossa vida !!!"

quarta-feira, 18 de agosto de 2010


E quando de repente atravessando
A mesma rua engarrafada
A gente se encontrar
Eu sei que você vai imaginar
Que como fazem na tv
Uma canção romântica há de vir no ar
Selar o encontro que o corpo sente
E o coração aos pulos quer viver
E quando a gente descobrir que as coisas
Não são mais como propunha o passado pro futuro
Quem havia de dizer
A gente se encontrando e os som dos carros no seu movimento
Encobrindo a nossa falta de assunto
E de prazer
Que a gente finge ter no chopp
Enquanto busca o que dizer
E quando as palavras forem todas repetidas
E o tédio for aquilo que o cigarro disfarçou
E quando entediadas nossa mãos se derem
Não entrelaçadas como até convém
Mas sim como pousadas sem destino
Sua mão em desatino sobre a minha solidão
E quando a nossa dor feita silêncio
Nos fizer virar as costas
Levantar sem qualquer gesto, sem palavras
Sem canção alguma a buzinar no ar
Sem ter remédio ou poesia
Como alguém normal faria
A gente se vê qualquer dia
Grande abraço e quem diria
Sem sequer nos lamentar

(Oswaldo Montenegro)

"Antes fôssemos como as borboletas
e vivêssemos só três dias de verão -
três dias assim com você
que eu preencheria de tanto prazer
que cinquenta anos normais
jamais poderiam conter. "

(John Keats)

* DESEJO
O meu corpo
queima de desejo
minha pele arde
inflama
minha boca clama
por teu beijo
minh'alma te ama
febril eu me sinto
em chamas
e a chama
te chama

* DESENCANTO
Esquece tudo
que falei
as palavras já não
cabem no poema
a canção era
de amor
mas mudei o tema
se algum sonho
me sobrou
já não vale
a pena...

(Ariadna Garibaldi)

"Nunca são as coisas mais simples que aparecem
quando as esperamos. O que é mais simples,
como o amor, ou o mais evidente dos sorrisos, não se
encontra no curso previsível da vida. Porém, se
nos distraímos do calendário, ou se o acaso dos passos
nos empurrou para fora do caminho habitual,
então as coisas são outras. Nada do que se espera
transforma o que somos se não for isso:
um desvio no olhar; ou a mão que se demora
no teu ombro, forçando uma aproximação
dos lábios."

(Nuno Júdice)

Quando você me vê
Eu vejo acender outra vez aquela chama
Então pra que se esconder?
Você deve saber o quanto me ama

Que distância vai guardar nossa saudade?
Que lugar vou te encontrar de novo?
Fazer sinais de fogo
Pra você me ver

Quando eu te vi e te conheci
Não quis acreditar na solidão
E nem demais em nós dois
Pra não encanar

Eu me arrumo, eu me enfeito
Eu me ajeito, eu interrogo meu espelho
Espelho em que eu me olho
Pra você me ver

Por que você não olha cara a cara?
Fica nesse passa ou não passa
O que falta é coragem
Foi atrás de mim na Guanabara
Eu te procurando pela Lapa
Nós perdemos a viagem
(Ana Carolina)

" A cada chamado da vida o coração
deve estar pronto para a despedida e para
novo começo, com ânimo e sem lamúrias,
aberto sempre para novos compromissos.
Dentro de cada começar mora um ENCANTO
que nos dá FORÇAS e nos ajuda a VIVER. "

(Hermann Hesse)

te procuro nas lembranças
reviro as gavetas, as nuvens
te busco nos bolsos, nos livros
canções, luas, janelas
lembranças soltas
no sorriso que deixou
nas palavras que escreveu
no perfume que ficou
na mão que me tocou
até me confundo
imagino loucuras
dou voltas e voltas
quase esqueço
desconheço
sempre em vão.

(http://coisas-do-chao.blogspot.com)

terça-feira, 17 de agosto de 2010


"Nunca digas que esqueceste um amor diga apenas
que consegue falar nele sem chorar,
pois o amor é... inesquecível."

(Guimarães Rosa)

"Tentava sentir baixinho, mas o amor fala alto,
mesmo quando silencia. "

(Ana Jácomo)

Quando um coração que está cansado de sofrer
Encontra um coração também cansado de sofrer
É tempo de se pensar
Que o amor pode de repente chegar
Quando existe alguém que tem saudade de outro alguém
E esse outro alguém não entender
Deixe esse novo amor chegar
Mesmo que depois seja imprescindível chorar
Que tolo fui eu que em vão tentei raciocinar
Nas coisas do amor que ninguém pode explicar
Vem nós dois vamos tentar
Só um novo amor pode a saudade apagar

(Tom Jobim)

"Desejo que o seu melhor sorriso, esse aí tão lindo,
aconteça incontáveis vezes pelo caminho.
Que cada um deles crie mais espaço em você.
Que cada um deles cure um pouco mais o que
ainda lhe dói.
Que cada um deles cante uma luz que, mesmo que
ninguém perceba, amacie um bocadinho as durezas do mundo."

(Ana Jácomo)

"Mas a gente vai à luta
e inventa um novo sonho,
uma esperança,
mesmo recauchutada:
vale tudo menos chorar
tempo demais.
Pois sempre há coisas boas
para pensar.
Algumas se realizam.
Criança sabe disso"

(Lya Luft)

"Sabe qual é o meu sonho secreto? Que um dia você perceba que poderia ter aproveitado melhor a minha companhia. (...) Ainda creio que você, quando eu menos esperar, possa me chegar com um verso em atitude."

(Fernanda Young)

segunda-feira, 16 de agosto de 2010


Baterá descompassado e sabe por que?
Faltará a metade dele que ainda não está junto de nós.
Até que um dia, cansado de estar dividido ao meio,
esse coração chamará a sua outra parte e alguém por
vontade própria, sem que precisemos roubá-la ou
furtá-la nos entregará a metade que faltava.

(Luis Fernando Veríssimo)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010


Amigo, obra-prima que conta o milagre que acontece toda vez que a vida arruma um modo para aproximar as almas irmãs. Buquê de risos desarmados, olhares que ouvem, abraços que dizem. Árvore frondosa e a sombra dela, onde podemos descansar um pouco, ouvir o canto bom de um passarinho e outro, sorrir para a folha que sabe dançar mesmo quando cai. Lugar de azul macio quando faz sol no coração da gente e quando as chuvas mais fortes alagam nossos olhos. Canção feita de acordes que acordam belezas que às vezes demoram à beça para cantar de novo. Uma idéia feliz do quanto o amor é pura arte.

(Ana Jácomo)

Às vezes é preciso diminuir a barulheira, parar de fazer perguntas, parar de imaginar respostas, aquietar um pouco a vida para simplesmente deixar o coração nos contar o que sabe.

E ele conta. Com a calma e a clareza que tem.

(Ana Jácomo)