domingo, 28 de setembro de 2008

O amor cabe num aquário, num cubo
mas será sempre maior que os oceanos
Sem tempo preciso, só precisa um segundo
Ampulheta eterna, agenda de mil planos

Cabe num aro anel, em alianças de sonho
Em corações traçados, num sorriso inesperado
Num tolo bordado em toalhas de banho
Num frasco da memória, perfume guardado

Encaixa-se numa pequena pétala de flor
Se faz pleno numa única palavra sugerida
Por não saber seu tamanho, o amor
Vai além do tempo e da própria vida

Controverso sentido, pequenino e imenso
Amedronta e, ainda assim, nos faz seguros
Senhor do mundo, afronta e cabe num verso
Cativo de si e detento, roga lindos agouros

Não há quem possa, portanto, lhe definir o tamanho
Ninguém lhe sabe o alcance, tampouco a sua verdade
Em todas as meninas dos olhos - está esse estranho
Brincando de ser universo - e sabendo-se eternidade

(Paulo Moreira)

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