quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
assim que vi você
logo vi que ia dar coisa
coisa feita pra durar,
batendo duro no peito
até eu acabar virando
alguma coisa
parecida com você
parecia ter saído
de alguma lembrança antiga
que eu nunca tinha vivido,
mas ia viver um dia
alguma coisa perdida
que eu nunca tinha tido
alguma voz amiga
esquecida no meu ouvido
agora não tem mais jeito,
carrego você no peito
poema na camiseta
com a tua assinatura
já nem sei se é você mesmo
ou se sou eu que virei alguma coisa tua
domingo, 25 de dezembro de 2011
Nascem fantasias sob medida
a partir dos beijos que entrecortam os sons.
Aproximam-se os mundos, as curiosidades, as vidas,
combinam-se as texturas, as formas e os tons.
Vontades se mostram semelhantes, parelhas,
letras e vozes são portais para afinidades.
Surgem luas, frios, calores e estrelas
e antes do "Até logo!" já se sente saudades.
A poesia se movimenta sedenta, fluida
em direção aos desejos e sonhos bons.
A linha suave une as alegrias contidas,
costura no avesso o "junto", o "perto" e o "com".
Tecido bordado com flores vermelhas
que se abrem e revelam uma nova verdade.
E a fantasia, que era roupa de festa, agora permeia
a pele, vira dia a dia, fato, doce realidade
E se eu disser que estou aprontando,
que ando merecendo um castigo, umas palmadas?
E se sorrir te desafiando,
se te encarar com ares de assanhada?
Eu provoquei, não sinta pena,
quero que me maltrate por toda a noite :
que use uma das mãos como algema
- não pense que sou frágil por ser pequena -
e a língua como açoite.
Gosto desse teu olhar em mim,
ousado, sedento, a fim,
que me enxerga como se nua estivesse
e, quando nua, me veste
de dengos, delícias e doçuras,
me propondo as mais inusitadas loucuras
sem dizer palavra alguma.
Gosto de te ver assim,
com urgências brotando em suspiros,
ditando o ritmo em que respiro,
fechando os olhos enquanto me abre,
abrindo a boca enquanto me sabe
tua, entregue, vertendo,
estando, ficando, sendo
a que transforma brisa em vendaval,
teu bem, teu norte, teu mal,
teu princípio, teu fim,
teu meio com que me farto
quando me abandono ao teu paladar e tato
e me encaixo em ti, enfim,
enfeitando o ar com meu cheiro inato
de despudor e jasmim.
Gosto de te ver assim.
(http://palavrasdeluna.blogspot.com/)
Venha. Achegue-se. Aconchegue-se.
A porta está aberta, o coração liberto.
O sol entra pelas janelas, a brisa sopra com leveza.
O jardim está florido, a alma lavada.
Venha com humildade, alegria, suavidade.
Chegue com a cara e a coragem,
mas deixe do lado de fora sapatos carregados de poeira,
vestígios de outras estações.
Tristezas vividas, histórias mal resolvidas:
para estas não tenho solução.
Entre, feche a porta.
Achega-te. Aconchega-te.
Venha, mas venha por inteiro.
Traga malas, corpo, imensidão.
(Poupée Amélie)
Por que tanta maldade, amargura, aspereza?
Olha pro lado, observa, vê quanta beleza!
A vida está repleta de cor, sabor, delicadeza.
Observa, presta atenção, não endureça.
Deixa o rancor, o egoísmo, a frieza.
Abra seus olhos, braços e cabeça.
Seja rápido, mude o curso, antes que adoeça.
Olha pro lado, observa. Vê quanta beleza!
(Poupée Amélie)
Gaiolas,
por mais bonitas, espaçosas,
coloridas e confortáveis que sejam,
são sempre prisões.
A gente deveria parar de acumulá-las nas paredes da alma,
encarcerando sentimentos e pessoas.
Vive mais feliz o coração que pode,
a qualquer momento,
alçar voos e pousar onde quiser.
É sempre mais doce e sereno
o que cresce sem limitações.
Deixa vir..
Deixa partir quando chegar a hora...
(Sabrina Davanzo)
"Eu me dou melhor comigo mesma quando estou infeliz: há um encontro.
Quando me sinto feliz, parece-me que sou outra.
Embora outra da mesma.
Outra estranhamente alegre, esfuziante,
levemente infeliz é mais tranqüilo.
Tenho tanta vontade de ser corriqueira e um pouco vulgar
e dizer: a esperança é a última que morre."
e dizer: a esperança é a última que morre."
(Clarice Lispector)
"Somos um território mais difícil de invadir, porque levantamos muros, inseguros de nossas forças disfarçamos a fragilidade com altas torres e ares imponentes. A maturidade me permite olhar com menos ilusões, aceitar com menos sofrimento, entender com mais tranqüilidade, querer com mais doçura. Às vezes é preciso recolher-se."
(Lya Luft)
"Dores vão e vem, mas enquanto tiver um sorriso no meio do caminho, um ombro pra encostar, uma piscada pra esquecer, um céu azul, uma janela aberta e um amanhecer de primavera você vai querer se reerguer e ver que quem perdeu não foi você.
Aprende menina, alguns sorrisos recebidos na vida não foram feitos pra lembrar. Foram pra guardar. No coração"
(Vanessa Leonardi)
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
"Presenças, solidões que vão tecendo a vida,
o filho que se faz, uma árvore plantada,
o tempo gotejando do telhado.
Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe
o pó de um cotidiano desencanto.
Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos
que uma em outra pode se trocar,
sem que alguém de fora o percebesse nunca.
E que tudo o que nasce
Tem sempre um fim triste
Até meu carinho
Até nosso amor "
(Vinicius de Moraes)
o filho que se faz, uma árvore plantada,
o tempo gotejando do telhado.
Beleza perseguida a cada hora, para que não baixe
o pó de um cotidiano desencanto.
Tão fielmente adaptam-se as almas destes corpos
que uma em outra pode se trocar,
sem que alguém de fora o percebesse nunca.
E que tudo o que nasce
Tem sempre um fim triste
Até meu carinho
Até nosso amor "
(Vinicius de Moraes)
"Aqui sentada abandonada
Contemplo o mundo imundo
O tudo e o nada
Assim eu estou tão cansada
Assim perdida alucinada
Sobre o verde veludo desta poltrona
Apaixonada por tudo e nada
Navego em sedas me perco em mares
Eu tão distante do mar da vida
Farta de amores
Cheia de bares
Aqui sentada incendiada
Contemplo o mundo vagabundo
O nada e o tudo
Fumar é um prazer
Toda ferida aqui parada
Quase afogada na lama verde
Veludo mudo poltrona vida
Única amiga de uma cilada
Tão colorida
Que me deixou
Aqui sentada iluminada
Contemplo o mundo o mal o bem
O tudo o nada e o mais além."
(Laura Finocchiaro)
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
domingo, 18 de dezembro de 2011
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
"É mais fácil ficar sozinho.
Porque, e se você descobrir que precisa de amor,
E depois não o tiver?
E se você gostar e depender dele?
E se você modelar sua vida toda em volta dele…
Para então ele acabar?
Você consegue sobreviver a tamanha dor?
Perder amor é como perder um órgão,
É como morrer.
A única diferença é que a morte acaba.
Isto, pode durar para sempre…"
(Último episódio da 7ª temporada Grey’s Anatomy)
Chega um momento em que a gente se dá conta de que, às vezes, para sermos verdadeiros com nós mesmos, precisamos ter o desprendimento para abençoar as tentativas sem êxito, agradecer pelo o que cada uma nos ensinou, e seguir. De que, às vezes, para se reconstruir, é preciso demolir construções que, por mais atraentes que sejam, não são coerentes com a idéia da nossa vida. A gente se dá conta do quanto somos protegidos quando estamos em harmonia com o nosso coração. De que o nosso coração é essencialmente puro. Essencialmente, amoroso, o bordador capaz de tecer as belezas que se manifestam no território das formas. De que, sabedores ou não, é ele que tem as chaves para as portas que dão acesso aos jardins de Deus. E, vez ou outra, quando em plena comunhão criativa, entra lá, pega uma muda de planta e traz para fazê-la florescer no canteiro do mundo.
(Ana Jácomo)
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
domingo, 11 de dezembro de 2011
Cada um é um…
Cada outro é outro…
Sofrer é um querer ser o outro.
Impossível é que o outro seja um…
Ninguém transforma ninguém.
Compreendendo-se as diferenças entre um e outro,
Forma-se a identidade um-outro
Um carrega dentro de si o outro,
Enquanto o outro leva um dentro de si.
Assim, um-outro é mais saudável para resolver qualquer sofrimento
Porque não existe vida sem dor.
Um-outro é a multiplicação do amor dos dois.
Porque o amor ajuda a superar a dor.
Um-outro amplifica a alegria e o bom humor
Porque a felicidade ilumina o triunfo da sabedoria”.
(Içami Tiba)
"Nem sei com que pernas cheguei até sua casa, achei que não teria coragem. Mas agora que estou aqui, preciso que você saiba que cada música que toca é com você que ouço, cada palavra que leio é com você que reparto, cada deslumbramento que tenho é com você que sinto. Você está entranhado no que sou, virou parte da minha história."
(Martha Medeiros)
O tempo passou. No meio da festa, outro dia, eu olhei para o sujeito e percebi que não sentia mais nada em relação a tudo aquilo. Parecia tão importante na época, parecia insuperável, mas acabou, ficou para trás, não deixou rastros. A vida andou, como a vida costuma fazer – desde que a gente não se agarre às memórias com as duas mãos, desde que a gente não fique refém da traição e da culpa.
(Caio Fernando Abreu)
Como quem se derrama sobre os anelados caminhos de
saturno, eu orbito em volta da tua presença e me faço viva.
saturno, eu orbito em volta da tua presença e me faço viva.
Existe em mim um desejo de traçar caminhos, arrendondar paralelas e te fazer ficar.
Entre prestações e fones de ouvido, está a caneta
que retiro da bolsa. Cuidadosamente faço um colorido em teu
corpo.Tinta vermelha dizendo que meu lugar é em ti.
corpo.Tinta vermelha dizendo que meu lugar é em ti.
Em você, tracei meu mapa de paixão.
sábado, 10 de dezembro de 2011
Eu carrego comigo uma caixa mágica onde eu guardo meus tesouros mais bonitos.
Tudo aquilo que eu aprendi com a vida,
tudo o que eu ganhei com o tempo e que vento nenhum leva.
Guardo as memórias que me trazem riso,
as pessoas que tocaram minha alma e que,
de alguma forma, me mudaram pra melhor.
Guardo também a infância toda tingida de giz.
É como a menina brincando ser rainha.
Dona de sí e do momento.
Em cada descoberta uma mágica surgia.
(Caio Fernando Abreu)
Numa ousadia minuciosa meu olhar investiga o teu. Capturo em câmera lenta teus gestos leves, teu jeito embaraçado de ser quando anda em minha direção. Teu toque suave se eterniza na minha memória. Tuas mãos sobre a minha nuca, teus olhos sobre os meus, teus lábios escrevendo poesia sobre os meus de um jeito tão minucioso. Você se embaraça quando te deixo um mistério no ar, teus olhos parecem procurar nos meus a resposta, e eles me entregam. Me pego fotografando teus sorrisos, capturando quem sabe algo que eternize aquela tarde tão nossa. Me pego desejando morar no teu abraço, sentindo teu coração no meu, rimando. Eu gosto de espiar você falando e gosto mais quando você fala com os olhos.
Numa ousadia desbocada meu olhar te chama. E você vem. Você vem de mansinho como quem quer tudo.
Amo quando você me cala, só pra gente se ouvir nos olhos.
(Micca Soares)
O meu amor,o meu amor, Maria
É como um fio telegráfico da estrada
Aonde vêm pousar as andorinhas...
De vez em quando chega uma
E canta
(Não sei se as andorinhas cantam, mas vá lá!)
Canta e vai-se embora
Outra, nem isso,
Mal chega, vai-se embora.
A última que passou
Limitou-se a fazer cocô
No meu pobre fio de vida!
No entanto, Maria, o meu amor é sempre o mesmo:
As andorinhas é que mudam.
(Mário Quintana)
"Há quem diga que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão.
Mas no fundo isso não tem importância.
O que interessa mesmo não são as noites em si,
são os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre.
Em todos os lugares.
Em todas as épocas do ano.
Dormindo ou acordado.”
(Shakespeare)
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Gosto de pensar assim: se a gente faz o que manda o coração, lá na frente, tudo se explica. Por isso, faço a minha sorte. Sou fiel ao que sinto. Aceito feliz quem eu sou. Não acho graça em quem não acha graça. Acho chato quem não se contradiz. Às vezes desejo mal. Sou humana. Sou quase normal. Não ligo se gostarem de mim em partes. Mas desejo que eu me aceite por inteiro. Não sou perfeita, não sou previsível. Sou uma louca. Admiro grandes qualidades. Mas gosto mesmo dos pequenos defeitos. São eles que nos fazem grande. Que nos fazem fortes. Que nos fazem acordar. Acho bonito quem tem orgulho de ser gente. Porque não é nada fácil, eu sei. Por isso continuo princesa. Continuo guerreira. Continuo na lua. Continuo na luta. No meio do caos que anda o mundo, aceitar é ser feliz.
(Fernanda Mello)
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