Se, ao acordar, posso escolher uma roupa, posso
escolher também sentimento que vai vestir meu dia. Se, no percurso, posso errar o caminho posso também
escolher a paisagem que vai vestir meus olhos. A mesma articulação que tenho
para reclamar, tenho para agradecer. E, se posso me adornar com a alegria, não é
a tristeza que eu vou tecer. Que hoje e sempre, seja mais um belo dia!
(Marla de
Queiroz)
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
terça-feira, 23 de outubro de 2012
domingo, 21 de outubro de 2012
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
terça-feira, 16 de outubro de 2012
domingo, 7 de outubro de 2012
"Viva as válvulas de escape,
que
lamentavelmente não gozam de boa reputacão.
Não sei quem
inventou que é preciso ser a gente mesmo o tempo todo,
que não se pode
diversificar.
Se fosse assim,
não existiria o teatro, o cinema, a música, a escultura, a pintura, a poesia,
tudo o que possibilita novas formas de expressão além do script que a sociedade
nos intima a seguir: nascer-estudar-casar-ter filhos-trabalhar-e-morrer."
(Martha Medeiros)
No fim destes dias encontrar você que me sorri,
que me abre os
braços, que me abençoa
passa a mão na
minha cara marcada,
na minha cabeça
confusa,
que me olha no
olho e me permite
mergulhar no
fundo quente da curva do teu ombro.
Mergulho no
cheiro que não defino,
você me embala
dentro dos seus braços
e você me beija e
você me aperta
e você me aquieta
repetindo
que está tudo
bem,
tudo, tudo
bem.
(Caio Fernando
Abreu)
Neste mundo de tantas palavras
não encontro as exatas pra te dizer do meu
sentir.
Do meu coração carregado de saudades
e do quanto te procuro pelos cantos da
casa.
Das tantas vezes que te encontro
no cheiro que ficou em cada roupa,
em cada móvel, em cada espaço.
Na música que toca lenta
na penumbra do quarto
e que me faz sentir e entender
que não existe tempo nem distância
que possa te tirar de dentro de mim.
(Lou Witt)
sábado, 6 de outubro de 2012
Se eu pudesse por um dia, esse amor, essa alegria, eu te juro, te daria se pudesse, esse amor todo dia. Chega perto, vem sem medo, chega mais meu coração. Vem ouvir esse segredo escondido num choro-canção. Se soubesses como eu gosto do teu cheiro, teu jeito de flor, não negavas um beijinho a quem anda perdido de amor. Chora flauta, chora pinho, chora eu o teu cantor. Chora manso bem baixinho, nesse choro falando de amor. Vem depressa, vem sem medo, foi pra ti meu coração que eu guardei esse segredo escondido num choro-canção. Quando passas tão bonita nessa rua banhada de sol, minha alma segue aflita e eu me esqueço até do futebol. Vem depressa, vem sem medo, foi pra ti meu coração que eu guardei esse segredo escondido num choro-canção lá no fundo do meu coração.
(Chico Buarque e Tom Jobim)
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Rasga as bordas da saia, e anda. A vida , por vezes, dança, tão nua, entre filós. E muda. Dos passos: caminha de costas pro tempo, escasso. Ramo de trigo entre os seios pra lembrar do que farta. Faz promessas em dia de lua, cheia. Faz colar de lentilhas. Borda de azul a saia branca, esse desejo de ter oceano nas ancas. Flores do campo nas mãos, passos firmes e lentos. Trovões rasgam o véu do tempo. Presentes passado e futuro. Relógio de sol. Im-pulsos. Risca em vermelhos e laranjas a parede branca descascada. Põe fogo-artifício sobre lençóis. Depois improvisa com bambus uma cruz. Acentua sobre as cinzas, as flores. Traça o sinal-da-cruz na fronte. Quarta-feira, cinzas. E lembra que sempre é possível re-começar. Nas mãos: nada, desejos: alguns de alma, e ela escreve areia ao redor das ruínas. Ergue um templo de palavras, sacras. Faz preces. Tece apreços. Lembra sem pudor até inflamar os olhos. Vibra a alma em sol sustenido com sétima. Não traça caminhos, só ascende às estrelas. E espera. O ano rebenta o tempo para deixar sua marca. E ela demarca em seus braços um tempo que não há de passar. Jamais.
(Cecília Braga)
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