quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Se, ao acordar, posso escolher uma roupa, posso escolher também sentimento que vai vestir meu dia. Se, no percurso, posso errar o caminho posso também escolher a paisagem que vai vestir meus olhos. A mesma articulação que tenho para reclamar, tenho para agradecer. E, se posso me adornar com a alegria, não é a tristeza que eu vou tecer. Que hoje e sempre, seja mais um belo dia!

(Marla de Queiroz)

segunda-feira, 29 de outubro de 2012


"o olhar que te arrepia é meu e
não quero mais nada!
fique com tudo que é teu,
até eu, que entrego tudo,
mas sou segredo no fundo:
ainda não fui revelada."
(Cáh Morandi)

terça-feira, 23 de outubro de 2012

"Devemos ser grato a Deus pelos pequenos detalhes.
Nos detalhes descobrimos o valor de uma realidade.
Olhar as miudezas da vida faz a diferença."


(Padre Fábio de Melo)

domingo, 21 de outubro de 2012

"Pois de amor andamos todos precisados! Em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir para a frente! Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais que estamos vivendo ou presenciando. "


(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Bom dia
Olha as flores que eu trouxe pra você, amor
São pra comemorar aquele dia
Que passei a viver do teu lado
Eu me lembro, entre nós não havia quase nada
E agora é só você que me faz cantar.
 
(Los Hermanos)

domingo, 7 de outubro de 2012

"Viva as válvulas de escape,
que lamentavelmente não gozam de boa reputacão.
Não sei quem inventou que é preciso ser a gente mesmo o tempo todo,
que não se pode diversificar.
Se fosse assim, não existiria o teatro, o cinema, a música, a escultura, a pintura, a poesia, tudo o que possibilita novas formas de expressão além do script que a sociedade nos intima a seguir: nascer-estudar-casar-ter filhos-trabalhar-e-morrer."
 
 
(Martha Medeiros)
No fim destes dias encontrar você que me sorri,
que me abre os braços, que me abençoa
passa a mão na minha cara marcada,
na minha cabeça confusa,
que me olha no olho e me permite
mergulhar no fundo quente da curva do teu ombro.
Mergulho no cheiro que não defino,
você me embala dentro dos seus braços
e você me beija e você me aperta
e você me aquieta repetindo
que está tudo bem,
tudo, tudo bem.
 
 
(Caio Fernando Abreu)
Neste mundo de tantas palavras
não encontro as exatas pra te dizer do meu sentir.
Do meu coração carregado de saudades
e do quanto te procuro pelos cantos da casa.
Das tantas vezes que te encontro
no cheiro que ficou em cada roupa,
em cada móvel, em cada espaço.
Na música que toca lenta
na penumbra do quarto
e que me faz sentir e entender
que não existe tempo nem distância
que possa te tirar de dentro de mim.
 
(Lou Witt)

Não se esqueça de mim...


Por Isso Eu Corro Demais - Adriana Calcanhoto


sábado, 6 de outubro de 2012

Maravilhas nunca faltaram ao mundo,
o que sempre falta é a capacidade de senti-las e admirá-las.
 
(Mário Quintana)
Se eu pudesse por um dia, esse amor, essa alegria, eu te juro, te daria se pudesse, esse amor todo dia. Chega perto, vem sem medo, chega mais meu coração. Vem ouvir esse segredo escondido num choro-canção. Se soubesses como eu gosto do teu cheiro, teu jeito de flor, não negavas um beijinho a quem anda perdido de amor. Chora flauta, chora pinho, chora eu o teu cantor. Chora manso bem baixinho, nesse choro falando de amor. Vem depressa, vem sem medo, foi pra ti meu coração que eu guardei esse segredo escondido num choro-canção. Quando passas tão bonita nessa rua banhada de sol, minha alma segue aflita e eu me esqueço até do futebol. Vem depressa, vem sem medo, foi pra ti meu coração que eu guardei esse segredo escondido num choro-canção lá no fundo do meu coração.

(Chico Buarque e Tom Jobim)
Quero apenas cinco coisas…
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser… sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.
 
(Pablo Neruda)

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Rasga as bordas da saia, e anda. A vida , por vezes, dança, tão nua, entre filós. E muda. Dos passos: caminha de costas pro tempo, escasso. Ramo de trigo entre os seios pra lembrar do que farta. Faz promessas em dia de lua, cheia. Faz colar de lentilhas. Borda de azul a saia branca, esse desejo de ter oceano nas ancas. Flores do campo nas mãos, passos firmes e lentos. Trovões rasgam o véu do tempo. Presentes passado e futuro. Relógio de sol. Im-pulsos. Risca em vermelhos e laranjas a parede branca descascada. Põe fogo-artifício sobre lençóis. Depois improvisa com bambus uma cruz. Acentua sobre as cinzas, as flores. Traça o sinal-da-cruz na fronte. Quarta-feira, cinzas. E lembra que sempre é possível re-começar. Nas mãos: nada, desejos: alguns de alma, e ela escreve areia ao redor das ruínas. Ergue um templo de palavras, sacras. Faz preces. Tece apreços. Lembra sem pudor até inflamar os olhos. Vibra a alma em sol sustenido com sétima. Não traça caminhos, só ascende às estrelas. E espera. O ano rebenta o tempo para deixar sua marca. E ela demarca em seus braços um tempo que não há de passar. Jamais.

 
(Cecília Braga)