Quero continuar
andando descalça
pela terra seca encharcada de
cantoria, repentes, emboladas...
Sentindo as artérias dos rios
pulsarem ao som dos tambores
do maracatu, do bumba-meu-boi
do cacuriá, tambor de crioula...
Conversando com a velha sucupira
que perfuma meus cabelos em flor,
vendo os ipês com seus versos serenos
abençoando meus dias.
Não meu irmão!
não deixe que me privem
de sentir desejo e cheirar
cada olho que me arrebatar,
beijar cada boca que desejar,
olhar o céu e chorar,
tocar estrelas e gozar,
andar nua e dançar.
Se isso for loucura amado,
diga ao menos que me deixem
cantar com as cigarras
e explodir em sinfonia...
Só a ti confio minha loucura!
(LILIA DINIZ)
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