domingo, 15 de abril de 2012

À noite uso um vestido incandescente.
É que sou mulher nessas horas ébrias que atravessam a madrugada.
Transponho um portal que me leva de volta a quem sou.
Tranço as pernas, desajeito o cabelo, derreto as pedras de gelo, da taça a minha frente, na boca...
Nessas horas as conversas podem ser lunares, abstratas, feitas de palavras labirínticas que vão contornando a mesa, a cadeira, o sofá, a cama...
Tudo envolto pelo tecido frágil das verdades metafóricas.
Mas nada é mais concreto que o desejo.
E o desejo mora na noite.
Mas o tempo se esvai, e não fica.
O que fica, sempre, é o silêncio do depois

(http://eucaliptosnajanela.blogspot.com.br/)

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