Costumava dizer que a vida era uma flor, um botão pequeno querendo espiar o mundo, um desabrochar lento e bonito mostrando o que se é tentando abraçar o máximo de espaço possível, de luz de sol, de luz de luar, de folha a acompanhar. Dizendo que a vida em flor era, veria que depois do desabrochar teria o desmanchar, pétalas caindo uma por uma, levadas ao vento, caindo perto ou longe conforme o tempo. Entre suspiros e soluços silenciosos naquele banquinho sem nome, uma flor sem pétalas, três pétalas últimas ao chão num pequeno laguinho formado pela chuva de ontem, serenas estavam elas ali na água junto ao reflexo das árvores, pensou que se a vida fosse então flor qualquer dia desses navegaria num laguinho entre tantos reflexos que ao mesmo tempo em que se perderia entre eles se encontraria, e descobriria que ser uma flor era ter a grande audácia de um dia se desmanchar em pétalas.
(Gaby Soncini http://uma-doce-melodia.blogspot.com)
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