sábado, 17 de julho de 2010


dizem os antropólogos e estudiosos da filematologia que os efeitos anestésicos do beijo têm suas origens nos hormônios. No discurso amoroso há uma outra teoria:

- O beijo quase nunca é apenas um beijo. É passaporte. Lábios e calores, centímetro a centímetro, aproximam-se formando encaixes perfeitos. Cria universo. E nesse instante-lugar, o mundo se desfaz. O fundo se desfoca, tudo são luzes e sons ininteligíveis. É um lugar muito acima do nível do mar, onde o ar é rarefeito. A sensação de dormência, que começa na boca e bate no peito e corre por todo o corpo entorpecendo os sentidos, ocorre devido a mudança de altitude. A pressão atmosférica em universos paralelos faz com pensemos que temos o mundo inteiro dentro do peito e os sorrisos mais largos.
Quando os lábios se distanciam, a realidade se refaz e os ponteiros dos relógios continuam a girar.
Com um sorriso a mais.

(Tiago Yonamine)

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