domingo, 2 de maio de 2010


É quando as horas foram mais longas que gosto de começar o dia assim, com uma alegria quase infantil a saltar da cama, a espiar pela janela os primeiros sinais de luz que veem trazer alívio à noite. Gosto desse instante em que a sombra chega ao seu limite e dilui-se entre os raios da manhã.
Fico a apreciar a paisagem saída da madrugada, molhada de orvalho e confiança. Espreguiço-me demoradamente, ignorando a insônia recente com um encolher de ombros.
Então respiro comprido, quase feliz por esse prazer insuperável de ver o sol nascendo, por esse gosto imaginário e indescritível de acreditar estarem se derretendo a noite, os pensamentos e os pesadelos à velocidade da luz.

(Helena Chiarello de Araujo)

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