terça-feira, 23 de junho de 2009


Seu suave respirar dançando leve nas águas do sonho
A leveza do ar que sai de suas narinas - volátil momento
Desassossego; descobrir num quase soluço - os desejos
Senhores dos ares, das chuvas, de todos os elementos
Engasgados na luz-aura-muda do olhar de afago de quem ama
Inalam o amor e aspiram poema e paixão; você me inspira
Aquáticos fluxos e palavras sem nexo; falta ar - falta fôlego
Incêndio de nós toma conta; tudo infla, amor inunda - êxtase
Maravilhoso desespero de olhos fechados e lábios mordidos
Enfim, desabar sobre mim, num suspiro cansado – quase sofrido
Libertando do peito, o ar contido; doce apnéia dos sentidos e da razão
Corpo calmo, agora sedado – generoso - abençoando minhas mãos
E, afogado nessas águas de sonho, vejo seu semblante adormecer
Num suspiro, agradeço baixinho: - Como é bom respirar você!
(Paulo Moreira)

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