domingo, 11 de janeiro de 2009

Partir...
O abandono da segurança
das trilhas conhecidas
pela curiosidade
de outras sendas.
Caminhos não pisados.
Rastros de pegadas estranhas.
A dúvida
que espera além da curva:
meio fantasma, meio razão.
Ah, Se soubesse onde estão
as certezas absolutas...
Se tivesse o mapa
das escolhas e aonde levam...
Quem me dera uma bola de cristal!

Partir...
O adeus
aprisionado em lembrança
ou saudade...
As vidas
se acostumando
com a distância,
ausência,
medo de ser esquecido
e de esquecer.
A rotina do que já não será.
O clima, a fala e as conversas...
Tudo será diferente
ou não...

Partir...
Nossos rumos
se insinuando,
nascendo...
Caleidoscópios de vertigem.
Abismos e montanhas
Convidam, celebram
invadem...
Incertezas na cabeça,
buracos no coração,
calafrios na barriga.
A fala do dia-a-dia
transformada em sotaque.
O amigo é devorado pelo estranho.
O estranho é convertido em amigo.
De repente,
o mundo parece o quintal de casa.

(Luciano Maia)

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