domingo, 3 de agosto de 2008

Outono

Vivendo um verdadeiro impasse,
um amor sem nenhum consolo.
Como se desgraça faltasse,
o coração embebido em dolo.

Paixões eventuais oferecem conforto,
mas, mergulhado num calvário de dor,
o coração fica solitário, trôpego, morto,
sem música, sem dança, sem ardor.

Vive-se triste, sozinho, com sono,
imotivado, ausente, esperando,
como se fosse sempre outono,
em mágoas, torturado, afogando.

Como nos versos de Caetano,
“querendo querer-te sem ter fim”,
implorando que tudo seja engano,
pois não é justo que finde assim.

(Fabrício Mohaupt)

Um comentário:

Unknown disse...

Obrigado por publicar meu poema no seu blog!