domingo, 23 de abril de 2017
domingo, 22 de maio de 2016
domingo, 6 de março de 2016
quinta-feira, 24 de dezembro de 2015
domingo, 29 de novembro de 2015
sábado, 21 de novembro de 2015
O amor, a gente pensa que escolhe, mas é ele quem escolhe a gente.
Logo, percebi que sou feita de saudade e que para ela não há remédio.
É para frente que se anda, por isso, tudo acaba ficando para trás e o que eu sentia por você, será sempre um filme antigo, em preto e branco, dentro da gaveta.
(Dri Andrade)
quarta-feira, 28 de outubro de 2015
domingo, 5 de julho de 2015
domingo, 21 de junho de 2015
domingo, 24 de maio de 2015
Existe um muro
E por detrás do muro
Um mundo
Coisas acontecem do lado de lá
Eu espio com cuidado
Não quero assustar os passarinhos
Nem interromper a aurora de luz
Na claridade vejo um gato abanando o rabo
Um cão de olhos brilhantes
E uma criança em toda sua inocência
Parece que nasci hoje
E contemplo tudo pela primeira vez
E na diversidade das coisas
Vejo a perfeição da vida
(Lou Witt)
E por detrás do muro
Um mundo
Coisas acontecem do lado de lá
Eu espio com cuidado
Não quero assustar os passarinhos
Nem interromper a aurora de luz
Na claridade vejo um gato abanando o rabo
Um cão de olhos brilhantes
E uma criança em toda sua inocência
Parece que nasci hoje
E contemplo tudo pela primeira vez
E na diversidade das coisas
Vejo a perfeição da vida
(Lou Witt)
domingo, 3 de maio de 2015
terça-feira, 21 de abril de 2015
Da roupa lavada acabada de estender
Da casa depois de um banho
Das primeiras chuvas sobre terra seca
De um perfume novo a estrear a pele
De um ramo de coentros cortado generosamente
De uns morangos verdadeiros
De um filho bebé
De pinheiro
De esteva
De pão quente
De lenha a arder
De um manjerico de Santo António na palma da mão
De uma figueira sob o sol quente
Do champô guardado num cabelo solto ao fim do dia
De uma cama feita de novo
De um chocolate quente
De canela
De baunilha
De coco
De uma manhã de Primavera
De uma tarde de Outono
De uma noite de Inverno
Do Verão da vida.
(http://deixaentrarosol2.blogspot.com.br/)
Da casa depois de um banho
Das primeiras chuvas sobre terra seca
De um perfume novo a estrear a pele
De um ramo de coentros cortado generosamente
De uns morangos verdadeiros
De um filho bebé
De pinheiro
De esteva
De pão quente
De lenha a arder
De um manjerico de Santo António na palma da mão
De uma figueira sob o sol quente
Do champô guardado num cabelo solto ao fim do dia
De uma cama feita de novo
De um chocolate quente
De canela
De baunilha
De coco
De uma manhã de Primavera
De uma tarde de Outono
De uma noite de Inverno
Do Verão da vida.
(http://deixaentrarosol2.blogspot.com.br/)
domingo, 29 de março de 2015
"Ah, ouvir mazurcas de Chopin num velho bar, domingo de manhã!
Depois sair pelas ruas, entrar pelos jardins e falar com as crianças
Olhar as flores, ver os bondes passarem cheios de gente, e encostado no rosto das casas, sorrir…
Saber que o céu está em cima.
Saber que os olhos estão perfeitos e que as mãos estão perfeitas.
Saber que os ouvidos estão perfeitos. Passar pela Igreja.
Ver as pessoas rindo. Ver os namorados cheios de ilusões.
Sair andando à toa entre as plantas e os animais.
Ver as árvores verdes do jardim. Lembrar das horas mais apagadas.
Por toda parte sentir o segredo das coisas vivas.
Entrar por caminhos ignorados, sair por caminhos ignorados.
Ver gente diferente de nós nas janelas das casas, nas calçadas, nas quitandas.
Ver gente conversando na esquina, falando de coisas ruidosas.
Ver gente discutindo comércio, futebol e contando anedotas.
Ver homens esquecidos da vida, enchendo as praças, enchendo as travessas.
Girar os braços, respirar o ar fresco, lembrar dos parentes.
Lembrar da cidade onde se nasceu, com inocência, e rir sozinho.
Rir de coisas passadas. Ter saudade de pureza.
Lembrar de músicas, de bailes, de namoradas que a gente já teve.
Lembrar de lugares que a gente já andou e de coisas que a gente já viu.
Lembrar de viagens que a gente já fez e de amigos que ficaram longe.
Lembrar dos amigos que estão próximos e das conversas com eles.
Saber que a gente tem amigos de fato!
Tirar uma folha de arvore, ir mastigando, sentir os ventos pelo rosto…
Sentir o sol. Gostar de ver as coisas todas.
Gostar de estar ali caminhando. Gostar dessa emoção tão cheia de riquezas íntimas.
Pensar nos livros que a gente já leu, nas alegrias dos livros lidos.
Pensar nas horas vagas, nas horas passadas lendo poesias de Anto.
Lembrar dos poetas e imaginar a vida deles muito triste.
Imaginar a cara deles como de anjos. Pensar em Rimbaud, na sua fuga, na sua adolescência, nos seus cabelos de ouro.
Não ter idéia de voltar para casa. Lembrar que a gente, afinal de
contas, está vivendo muito bem e é uma criatura até feliz. Ficar admirado.
Descobrir que não nos falta nada. Dar um suspiro bom de alívio, olhar com ternura a criação e ver-se pago de tudo.
Descobrir que, afinal de contas, não se possui nenhuma queixa.
Que está sem nenhuma tristeza para dizer no momento.
Lembrar que não sente fome e que os olhos estão perfeitos.
Para falar a verdade, sentir-se quite com a vida.
Lembrar de amigos. Recordar um por um. Acompanhá-los na vida.
Como estão longe, meu Deus! Um aqui. Outro lá. Tão distantes…
Que fez deste o destino? E daquele? Quase vai se esquecendo do rosto de um… Tanto tempo!
Ter vontade de escrever para todos os amigos.
Ter vontade de lhes contar a vida até o momento presente.
Pensar em encontrá-los de novo. Pensar em reuni-los em torno de uma mesa.
Uma mesa qualquer em um lugar que a gente ainda não escolheu.
Conversar com todos eles. Rir, cantar, recordar os dias idos.
Dar uma olhada na infância de cada um. Aquele era magro, Venício…
Aquele outro era gordo, Abelardo … Aquele outro era triste.
Ah, não esquecer jamais deste último, porque era um menino triste.
Como andarão agora? Naturalmente, mais velhos.
Talvez não conhecerei alguns. Naturalmente, mais senhores de si,
Imaginar todos eles com ternura. Pensar nos mais fracos, naqueles, naturalmente, para quem o mundo deve ter sido menos bom.
Pensar que eles já vêm. Abrir os braços.
Procurar descobrir, no mundo que nos envolve, alguma voz que tenha acento parecido.
Algum andar que lembre o andar longínquo de algum deles…
Ah, como é bom a gente ter infância!
Como é bom a gente ter nascido numa pequena cidade banhada por um rio.
Como é bom a gente ter jogado futebol no Porto de Dona Emília, no Largo da Matriz.
E se lembrar disso agora que já tantos anos são passados.
Como é bom a gente ter tido infância e poder lembrar-se dela.
E trazer uma saudade muito esquisita escondida no coração.
Como é bom a gente ter deixado a pequena terra em que nasceu.
Ter fugido para uma cidade maior, conhecer outras vidas.
Como é bom chegar a este ponto de olhar em torno
E se sentir maior e mais orgulhoso porque conhece outras vidas…
Como é bom se lembrar da viagem, dos primeiros dias na cidade.
Da primeira vez que olhou o mar, da impressão de atordoamento.
Como é bom olhar para aquelas bandas e depois comparar.
Ver que está tão diferente, e que já sabe tantas novidades…
Como é bom ter vindo de tão longe, estar agora caminhando,
Pensando e espiando no meio de pessoas desconhecidas
Como é bom achar o mudo esquisito por isso, muito esquisito mesmo.
E depois sorrir levemente para ele com os seus mistérios …
Que coisa maravilhosa, exclamar. Que mundo maravilhoso, exclamar.
Como tudo é tão belo, tão cheio de encantos!
Olhar para todos os lados, olhar para as coisas mais pequenas, e descobrir em todas uma razão de beleza.
Agradecer a Deus, que a gente ainda não sabe amar direito,
A harmonia que a gente sente, vê e ouve.
A beleza que a gente vê saindo das rosas, a dor saindo das feridas.
Agradecer tanta coisa que a gente não pode acreditar que esteja acontecendo.
Lembrar de certas passagens. Fechar os olhos para ver no tempo.
Sentir a claridade do sol, espalmar os dedos, cofiar os bigodes,
Lembrar que tinha saído de casa sem destino, que passara num bar, que ouvira uma mazurca,
E agora estava ali, muito perdidamente lembrando coisas bobas de sua pequena vida."
Depois sair pelas ruas, entrar pelos jardins e falar com as crianças
Olhar as flores, ver os bondes passarem cheios de gente, e encostado no rosto das casas, sorrir…
Saber que o céu está em cima.
Saber que os olhos estão perfeitos e que as mãos estão perfeitas.
Saber que os ouvidos estão perfeitos. Passar pela Igreja.
Ver as pessoas rindo. Ver os namorados cheios de ilusões.
Sair andando à toa entre as plantas e os animais.
Ver as árvores verdes do jardim. Lembrar das horas mais apagadas.
Por toda parte sentir o segredo das coisas vivas.
Entrar por caminhos ignorados, sair por caminhos ignorados.
Ver gente diferente de nós nas janelas das casas, nas calçadas, nas quitandas.
Ver gente conversando na esquina, falando de coisas ruidosas.
Ver gente discutindo comércio, futebol e contando anedotas.
Ver homens esquecidos da vida, enchendo as praças, enchendo as travessas.
Girar os braços, respirar o ar fresco, lembrar dos parentes.
Lembrar da cidade onde se nasceu, com inocência, e rir sozinho.
Rir de coisas passadas. Ter saudade de pureza.
Lembrar de músicas, de bailes, de namoradas que a gente já teve.
Lembrar de lugares que a gente já andou e de coisas que a gente já viu.
Lembrar de viagens que a gente já fez e de amigos que ficaram longe.
Lembrar dos amigos que estão próximos e das conversas com eles.
Saber que a gente tem amigos de fato!
Tirar uma folha de arvore, ir mastigando, sentir os ventos pelo rosto…
Sentir o sol. Gostar de ver as coisas todas.
Gostar de estar ali caminhando. Gostar dessa emoção tão cheia de riquezas íntimas.
Pensar nos livros que a gente já leu, nas alegrias dos livros lidos.
Pensar nas horas vagas, nas horas passadas lendo poesias de Anto.
Lembrar dos poetas e imaginar a vida deles muito triste.
Imaginar a cara deles como de anjos. Pensar em Rimbaud, na sua fuga, na sua adolescência, nos seus cabelos de ouro.
Não ter idéia de voltar para casa. Lembrar que a gente, afinal de
contas, está vivendo muito bem e é uma criatura até feliz. Ficar admirado.
Descobrir que não nos falta nada. Dar um suspiro bom de alívio, olhar com ternura a criação e ver-se pago de tudo.
Descobrir que, afinal de contas, não se possui nenhuma queixa.
Que está sem nenhuma tristeza para dizer no momento.
Lembrar que não sente fome e que os olhos estão perfeitos.
Para falar a verdade, sentir-se quite com a vida.
Lembrar de amigos. Recordar um por um. Acompanhá-los na vida.
Como estão longe, meu Deus! Um aqui. Outro lá. Tão distantes…
Que fez deste o destino? E daquele? Quase vai se esquecendo do rosto de um… Tanto tempo!
Ter vontade de escrever para todos os amigos.
Ter vontade de lhes contar a vida até o momento presente.
Pensar em encontrá-los de novo. Pensar em reuni-los em torno de uma mesa.
Uma mesa qualquer em um lugar que a gente ainda não escolheu.
Conversar com todos eles. Rir, cantar, recordar os dias idos.
Dar uma olhada na infância de cada um. Aquele era magro, Venício…
Aquele outro era gordo, Abelardo … Aquele outro era triste.
Ah, não esquecer jamais deste último, porque era um menino triste.
Como andarão agora? Naturalmente, mais velhos.
Talvez não conhecerei alguns. Naturalmente, mais senhores de si,
Imaginar todos eles com ternura. Pensar nos mais fracos, naqueles, naturalmente, para quem o mundo deve ter sido menos bom.
Pensar que eles já vêm. Abrir os braços.
Procurar descobrir, no mundo que nos envolve, alguma voz que tenha acento parecido.
Algum andar que lembre o andar longínquo de algum deles…
Ah, como é bom a gente ter infância!
Como é bom a gente ter nascido numa pequena cidade banhada por um rio.
Como é bom a gente ter jogado futebol no Porto de Dona Emília, no Largo da Matriz.
E se lembrar disso agora que já tantos anos são passados.
Como é bom a gente ter tido infância e poder lembrar-se dela.
E trazer uma saudade muito esquisita escondida no coração.
Como é bom a gente ter deixado a pequena terra em que nasceu.
Ter fugido para uma cidade maior, conhecer outras vidas.
Como é bom chegar a este ponto de olhar em torno
E se sentir maior e mais orgulhoso porque conhece outras vidas…
Como é bom se lembrar da viagem, dos primeiros dias na cidade.
Da primeira vez que olhou o mar, da impressão de atordoamento.
Como é bom olhar para aquelas bandas e depois comparar.
Ver que está tão diferente, e que já sabe tantas novidades…
Como é bom ter vindo de tão longe, estar agora caminhando,
Pensando e espiando no meio de pessoas desconhecidas
Como é bom achar o mudo esquisito por isso, muito esquisito mesmo.
E depois sorrir levemente para ele com os seus mistérios …
Que coisa maravilhosa, exclamar. Que mundo maravilhoso, exclamar.
Como tudo é tão belo, tão cheio de encantos!
Olhar para todos os lados, olhar para as coisas mais pequenas, e descobrir em todas uma razão de beleza.
Agradecer a Deus, que a gente ainda não sabe amar direito,
A harmonia que a gente sente, vê e ouve.
A beleza que a gente vê saindo das rosas, a dor saindo das feridas.
Agradecer tanta coisa que a gente não pode acreditar que esteja acontecendo.
Lembrar de certas passagens. Fechar os olhos para ver no tempo.
Sentir a claridade do sol, espalmar os dedos, cofiar os bigodes,
Lembrar que tinha saído de casa sem destino, que passara num bar, que ouvira uma mazurca,
E agora estava ali, muito perdidamente lembrando coisas bobas de sua pequena vida."
("Olhos Parados", poema de Manoel de Barros)
domingo, 8 de março de 2015
quarta-feira, 31 de dezembro de 2014
domingo, 21 de dezembro de 2014
"O que a memória ama, fica eterno."
Dizia-te isto no outro dia.
Eternizamos momentos, sentimentos, sensações, que nos marcaram, por um instante que seja, ou para toda uma vida. Eternizamos mesmo que já não tenham lugar no nosso corpo, espaço no nosso dia, ou já nem façam sentido. Mas na nossa memória eles perduram num amor que não se cansa, não se gasta, não envelhece. Um amor que dura, recorda sempre com saudade e nostalgia. Puro, ama desmesuradamente, sempre daquela forma, com aquele desejo, com a mesma intensidade. E recorremos a esses momentos, instantes que sejam, sempre e sempre. Voltamos a eles com um único objetivo: voltar a amar. Voltamos para viver novamente o que nos fez feliz. Voltamos por vezes até inconscientemente, damos por nós a regressar no tempo, no espaço, a lembrar os contornos do rosto, o brilho dos olhos, o cheiro da pele, o calor dos braços, o deslizar das mãos, o sabor da boca, a entrega dos lábios, da língua. Lembramos a voz rouca, grave, suave, as palavras que nos encheram o peito, ocupavam a cabeça que fervilhava euforia, palavras que significavam tudo, e eram mesmo tudo o que queríamos ouvir.
Era isto que eu te queria explicar, entre palavras embaralhadas, que brotavam confusas, ansiosas por ser ouvidas.
Vivo diariamente memórias tuas que amo.
E essas memórias, nunca morrem. Nada as impede. Ninguém as rouba, esconde ou tira. E essa memória de instantes que loucamente amo, vou amar sempre, sempre com a intensidade que precisar, toda a minha vida.
(http://caisdeembarque.blogspot.com.br)
Dizia-te isto no outro dia.
Eternizamos momentos, sentimentos, sensações, que nos marcaram, por um instante que seja, ou para toda uma vida. Eternizamos mesmo que já não tenham lugar no nosso corpo, espaço no nosso dia, ou já nem façam sentido. Mas na nossa memória eles perduram num amor que não se cansa, não se gasta, não envelhece. Um amor que dura, recorda sempre com saudade e nostalgia. Puro, ama desmesuradamente, sempre daquela forma, com aquele desejo, com a mesma intensidade. E recorremos a esses momentos, instantes que sejam, sempre e sempre. Voltamos a eles com um único objetivo: voltar a amar. Voltamos para viver novamente o que nos fez feliz. Voltamos por vezes até inconscientemente, damos por nós a regressar no tempo, no espaço, a lembrar os contornos do rosto, o brilho dos olhos, o cheiro da pele, o calor dos braços, o deslizar das mãos, o sabor da boca, a entrega dos lábios, da língua. Lembramos a voz rouca, grave, suave, as palavras que nos encheram o peito, ocupavam a cabeça que fervilhava euforia, palavras que significavam tudo, e eram mesmo tudo o que queríamos ouvir.
Era isto que eu te queria explicar, entre palavras embaralhadas, que brotavam confusas, ansiosas por ser ouvidas.
Vivo diariamente memórias tuas que amo.
E essas memórias, nunca morrem. Nada as impede. Ninguém as rouba, esconde ou tira. E essa memória de instantes que loucamente amo, vou amar sempre, sempre com a intensidade que precisar, toda a minha vida.
(http://caisdeembarque.blogspot.com.br)
sábado, 13 de dezembro de 2014
domingo, 23 de novembro de 2014
se encontraram por acaso
olharam-se e perceberam as diferenças que seus corpos
[apresentavam a seus olhos
e seus olhos se entregaram a suas peles
não importava a vida que tiveram e que não fora compartilhada
não importava para ambos nada que antes pudesse ter
[existido
apenas o tempo que se transformava
apenas o tempo grisalho
unidos
tocava-lhe a boca com o gosto de tantos gostos
com a pureza do instante das mãos envelhecidas
recolhidas no silêncio
bocas que se encontraram por acaso
depois de tanto tempo
renascem
revivem
se descobrem no mundo
com todas as marcas no rosto
com todos os brancos cabelos
como se ainda fossem menino e menina
seguram as mãos juntas
para encontrar a metade de ambos
e caminham ao redor de um lago
como se aqui estivessem ainda
(Edemir Fernandes Bagon)
olharam-se e perceberam as diferenças que seus corpos
[apresentavam a seus olhos
e seus olhos se entregaram a suas peles
não importava a vida que tiveram e que não fora compartilhada
não importava para ambos nada que antes pudesse ter
[existido
apenas o tempo que se transformava
apenas o tempo grisalho
unidos
tocava-lhe a boca com o gosto de tantos gostos
com a pureza do instante das mãos envelhecidas
recolhidas no silêncio
bocas que se encontraram por acaso
depois de tanto tempo
renascem
revivem
se descobrem no mundo
com todas as marcas no rosto
com todos os brancos cabelos
como se ainda fossem menino e menina
seguram as mãos juntas
para encontrar a metade de ambos
e caminham ao redor de um lago
como se aqui estivessem ainda
(Edemir Fernandes Bagon)
sábado, 22 de novembro de 2014
domingo, 2 de novembro de 2014
domingo, 14 de setembro de 2014
sábado, 13 de setembro de 2014
te procuro nas lembranças
reviro as gavetas, as nuvens
te busco nos bolsos, nos livros
canções, luas, janelas
reviro as gavetas, as nuvens
te busco nos bolsos, nos livros
canções, luas, janelas
lembranças soltas
no sorriso que deixou
nas palavras que escreveu
no perfume que ficou
no sorriso que deixou
nas palavras que escreveu
no perfume que ficou
na mão que me tocou
até me confundo
até me confundo
imagino loucuras
dou voltas e voltas
quase esqueço
desconheço
sempre em vão.
(Coisas do Chão)
dou voltas e voltas
quase esqueço
desconheço
sempre em vão.
(Coisas do Chão)
sábado, 6 de setembro de 2014
quarta-feira, 20 de agosto de 2014
domingo, 3 de agosto de 2014
Eu não quero perder nada
dos meus erros e acertos
é com muito tropeços
que se aprende a ser grande;
que em muito há de ser tolerante
que a fé sozinha não é o bastante;
quero passa por tudo, em tudo
aprendendo de todos;
calando mais meus impulsos
escutando mais de meu Deus;
porque daí eu eu sei
que eu vou estar pronta
e que amadurecer não é somente
uma questão se ter sorte,
que embora assim pequena
eu vou ter aprendido a ser forte.
domingo, 6 de julho de 2014
sábado, 28 de junho de 2014
sábado, 14 de junho de 2014
Tenho vindo de longe
ao teu encontro
atravessei continentes
e terras que não tem nomes
comi um pouco de fome
tornei-me estrangeira
de mim mesma
Espera
estou quase no fim do caminho
me reserve para a chegada
um pouco dessa tua doçura
para que quando eu te beijar
o gosto amargo da distância
se dissolva como se nunca
tivesse existido
(Cah Morandi)
sábado, 7 de junho de 2014
"É isto que amamos nos outros: o lugar vazio que eles abrem para que ali cresçam as nossas fantasias. Buscamos, no outro, não a sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez do músculo, mas o colo que acolhe… Como seria bom se as outras pessoas fossem vazias como o céu, e não tão cheias de palavras, de ordens, de certezas. Só podemos amar as pessoas que se parecem com o céu, onde podemos fazer voar nossas fantasias como se fossem pipas."
(Rubem Alves)
sábado, 31 de maio de 2014
Nem tudo que é tempo passa
Nem tudo que é medo apavora
Nem tudo que é esperança consola
Nem tudo que é cansaço desanima
Nem tudo que é só isola
Nem todo amigo falha
Nem todo amor fica
Nem todo fogo alastra
Nem toda fome mata
Nem toda hora atrasa
Nem todo corpo casa
Qualquer pouca fé:
Salva.
(Chá Morandi)
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