sábado, 11 de outubro de 2008

Estou sozinha se penso que tu existes.

Não tenho dados de ti, nem tenho tua vizinhança.

E igualmente sozinha se tu não existes

De que me adiantam poemas ou narrativas

Buscando aquilo que se não é, não existe

Ou se existe, então se esconde

Em sumidouros e nomenclaturas

naquelas não evidências da matemática pura?

É preciso conhecer com precisão para amar?

Não te conheço

Só sei que me desmereço se não me sangro

Só sei que fico afastada de uns fios de conhecimento, se não tento

Estou sozinha, meu Deus, se te penso..."

(Hilda Hilst)

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